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Quinta, 27 Março 2014 18:00

Portugal Telecom rejeita acusações da Unitel da Isabel dos Santos sobre "irregularidades"

Unitel disse que não pagava dividendos à PT devido a "irregularidades". Accionistas reúnem dentro de uma hora para votar fusão com Oi.

A Portugal Telecom (PT) reagiu hoje à recusa da Unitel em pagar os dividendos devidos desde 2011, garantindo que sempre recebeu a remuneração accionista através da PT Ventures. Ainda assim, refere que fará as actualizações necessárias para que esse pagamento se concretize.

A Unitel alegava que o seu accionista era a PT Internacional mas que o pagamento de dividendos devia ser feito à PT Ventures, havendo aqui uma irregularidade, segundo a empresa angolana.

A PT hoje esclarece que "a participação da PT na Unitel é e sempre foi detida pela mesma sociedade portuguesa, com o número único de pessoa colectiva e inscrição na conservatória do registo comercial 503512443, a qual alterou em 2002 a sua denominação de Portugal Telecom Internacional, SGPS, S.A para PT Ventures, SGPS, S.A. ("PT Ventures"), constando esta identificação da generalidade dos documentos societários emitidos pela Unitel, incluindo dos títulos representativos das acções, actas da assembleia geral e relatórios e contas anuais", clarifica a operadora.

A PT já recebeu dividendos da Unitel na PT Ventures mas, ainda assim, a operadora admite que "irá proceder às actualizações que ainda assim se revelem necessárias junto das autoridades em Angola, por forma a ultrapassar as dificuldades ora enunciadas no comunicado da Unitel relativamente ao pagamento dos dividendos que lhe cabem".

Em causa estão cerca de 250 milhões de euros de dividendos desde 2011 que a Unitel ainda não pagou.

A angolana referiu ainda, no seu comunicado, que os parceiros na empresa têm direito de preferência na compra dos 25% da PT na Unitel. O Económico noticiou que a questão dos dividendos é uma forma de pressão da empresária angolana Isabel dos Santos, parceira da PT na Unitel, para assegurar a compra destes 25% antes da concretização da fusão com a Oi.

"Relativamente ao direito de preferência, trata-se de uma matéria respeitante unicamente aos accionistas, devendo ser discutida nesse âmbito", refere o comunicado da PT.

O comunicado da Unitel veio em reacção a declarações de Henrique Granadeiro, presidente da PT, que referiu no início de Fevereiro a existência de "desafios" para receber os dividendos de Angola. Mas a Unitel reagiu um mês e meio depois e a dois dias da assembleia-geral.

Os accionistas da operadora portuguesa reúnem dentro de uma hora, em Picoas, para aprovar a fusão com a Oi. A reunião marcada para as 17h arrancará depois de se saber que os brasileiros já aprovaram os aumentos de capital e avaliação dos activos da PT, dando luz verde à fusão.

ECONÔMICO

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