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Quarta, 13 Outubro 2021 13:49

Estratégias propagandísticas do Executivo de João Lourenço reveladas em dois casos recentes

O docente universitário e escritor angolano, Gabriel Tchingandu, observou que, a Administração Pública do actual presidente da República, João Lourenço diferencia também da de José Eduardo dos Santos, nas estratégias de comunicação institucional, segundo dados que Angola24Horasteve acesso.

De acordo com Gabriel Tchingandu, enquanto que JES privilegiava (através do GRECIMA), as políticas de Marketing e Publicidade nas campanhas pré-eleitorais, contratando para efeito renomados marketeiros brasileiros, JLO terá eleito as estratégias de propaganda mediante o GAPI.

"Com o efeito, terá sido Samuel Adams, político e estadista norte-americano (1722-1803) quem apontou as características elementares desta forma de comunicação no seu manifesto intitulado "Propaganda de Guerra" consubstanciado na criação de uma equipe de activistas para convencer o povo inicialmente pouco interessado sobre a importância dos seus actos, uso de diversos media, emprego de símbolos e a criação de pseudo-eventos para, por exemplo, obter a atenção da opinião pública e a orquestração do conflito e sua amplificação e implicação, desviando a atenção pública aos problemas considerados incómodos", referiu Tchingandu.

Assim, apontou que, dois recentes casos revelam a aplicação desta estratégia propagandística, por especialistas de comunicação institucional factos à governação de João Lourenço.

Segundo o académico, a notícia da destituição de ACJ pelo Tribunal Constitucional, dois dias antes da consumação do facto, visou também diminuir o impacto político da proclamação pública da Frente Patriótica Unida (FPU).

De facto, ressaltou, os média tradicionais e digitais, amplificaram mais a notícia negativa da destituição em detrimento da positiva, FPU, o que fez, comunicativamente, a estratégia triunfar.

O segundo facto, disse ainda, está relacionado com a anulação do impacto mediático da notícia dos bispos da Igreja Católica, com a sobreposição da notícia hodierna da entrega por Adão de Almeida, do regulamento do chamado Acordo Quadro entre a Igreja Católica e o Estado aos bispos católicos.

"Assim já poucos vão falar das mortes por fome e seca no sul do pais, da criminalidade e lixo, dos satélites e edifícios milionários. Não serão mais assuntos publicados nos média como agendado no recente comunicado dos bispos católicos", considerou.

Fez também saber que, nesta época pré-eleitoral, será contraproducente afrontar directamente a instituição católica no seu todo, mas esta estratégia não retira tácticas de isolar, sujar e atacar a integridade moral de algumas figuras da CEAST mediante a chamada "milícia digital", explorando e expondo iguamente os escândalos da Igreja Católica como retaliação por denúncias publicadas.

Tecnicamente, enfatizou, esta estratégia é, no entanto, reactiva e pouco eficaz para as necessidades da comunicação persuasiva do Executivo, no actual contexto, pois quem persegue, segue.

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