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Sábado, 26 Setembro 2020 17:58

Três anos de governação de João Lourenço — marcados pelo agravo total da vida dos angolanos

As promessas deixadas ao ar por JLO em 2017 ao longo do seu extenuante discurso de empossamento ao 26 de Setembro, e o seu modelo de governação têm mostrado caminhos completamente opostos, desde que JLO se tornou no Dono Disto Tudo.

Os seus três anos de governação resumem – se em três anos infectados pelo vírus da desgraça, da tristeza e da pobreza extrema do povo angolano. Angola, transformou – se numa verdadeira babel das adversidades sócio – económicas, desde que JLO tomou o assento mais elevado deste País.

Os angolanos vivem hoje, uma época excessivamente crítica, tendo a vida do povo se tornado tão pior, face à governação imposta por JLO, quanto no tempo em que o País era dirigido por JES. Em três anos de governo de JLO, o “slogan”, “melhorar o que está bem e corrigir o que está mal”, tomou o peso da evidência contrária. Não há dúvida nenhuma que, a ironia segundo a qual, em 2022 JLO vai gostar, terá forte aplicabilidade na época das eleições gerais de 2022 com resultados cada vez mais surpreendentes.

I - Nota Prévia

A palavra governação ascende do vocábulo governo, e, mediante o enfoque semântica a palavra pode acarretar variadas interpretações do âmbito econômico, social, jurídico ou político. No âmbito político, de acordo com o Banco Mundial “a palavra governação expressa a forma em que o poder político é exercido na administração do Estado de uma determinada Nação, isto é, na gestão dos recursos sociais e económicos de um determinado País, visando o desenvolvimento, e a capacidade dos governos poderem realizar o planeamento, a formulação, a programação de políticas públicas e o cumprimento de funções do Estado.

Governação é o processo mediante o qual, dá – se a interacção e tomada de decisões entre os líderes políticos e os actores envolvidos num determinado problema do País, que leva à criação, reforço ou reprodução de normas para o andamento coerente das actividades dentro das instituições do Estado. Governação compreende a coordenação dos meios que permitem desenvolver o Estado, reforçar a sua eficácia, e, geralmente articular melhor as estruturas económicas, sociais e políticas na conjuntura de uma determinada sociedade.

II - Três anos pintados com a cor da desgraça total

A governação, que pressupõe o planeamento, a regulação e a gestão de várias dimensões do País, nomeadamente da saúde, da educação, das forças da ordem e de segurança do Estado, da agricultura e da pecuária, de aspectos ambientais, sociais, culturais e económicas, vê – se aos nossos dias, algemada por uma série de circunstâncias que até a sociedade tem - se mostrado excessivamente estupefacta com a profunda falta de soluções aos problemas sociais e económicos que a cada dia nascem no País.

As circunstâncias de todos os horizontes têm vindo à minar o bem-estar social e económico do povo angolano, agravando – se todos os indicadores sóciais do País, dando ao povo angolano uma vida excessivamente miserável, marcada pela pobreza extrema, pela desgraça, pela hiper – inflacção, pelo aumento dos impostos, pela péssima qualidade de vida do povo angolano, pela perda total do valor do kwanza, pela excassez dos transportes públicos, pelo aumento progressivo do desemprego, pelo aumento da criminalidade infanto – juvenil, pelo aumento da prostituição, pela falência das empresas privadas e do próprio Estado, pelo aumento do descontentamento social, pelo desaparecimento progressivo da classe média angolana, pelo aumento da pobreza, pela persistência da corrupção, do nepotismo, do peculato, do cabritismo e da impunidade, pelo aumento dos problemas sociais do povo angolano, agravamento da crise económica no País, etc, etc…

Se de um lado, a dita gralha técnica serviu apenas para presentear Fernando da Piedade Dias (Nandó) com um alegado subsídio de renda de 17 milhões de kwanzas por mês, expressando – se assim, um verdadeiro cabritismo (ou seja o cabrito come onde está amarrado), do outro lado, o dito combate à corrupção serve apenas para punir o clã dos Santos, os eduardistas e os peixinhos isentos de barbatanas para nadarem em águas turvas, como é o caso dos administradores, chefes de gabinetes, directores provinciais, etc, enquanto isso, Álvaro Sobrinho apesar de ter desviado milhares de dólares do Estado Angolano, tem recaído às suas mãos a responsabilidade capital da queda do BESA continua livre e tão protegido como nunca, por ter dado em gesto de crédito bancário à partir do BESA (sem garantias) à pessoa de JLO um total de trinta milhões de dólares, cujo âmbito visava acudir as dívidas que possuía no passado.

Mas afinal de contas, que imunidades tem Madaleno Sobrinho para merecer tanta protecção de JLO, assim? Na verdade os trinta milhões que JLO terá recebido do BESA, com a ajuda do BAI, não saíram do bolso de Álvaro Sobrinho, uma vez que Álvaro Sobrinho não é o proprietário do ex – BESA, mas sim, dos cofres do Estado Angolano. Desde logo, não se faz juízo algum, o facto de JLO dar demasiada protecção à Sobrinho por tê – lo ajudado no passado à contrair dívidas do BESA, que estão muito longe de serem pagas pelo devedor. 

Não se julgam os grandes corruptos actuais que continuam à desviar fundos do Estado para fins próprios, continua – se à acusar o passado, enquanto isso, o estado actual de coisas, prolifera a corrupção em todos os cantos deste País. Perpetua um espírito de corrupção do passado em todos os lados, não se pode nunca acreditar que a corrupção acabou, mesmo que a culpa ao passado não cessa, será pois parafraseando Quintana “Do bem e do mal.

Todos têm seu encanto: os justos e os corruptos. Não há coisa na vida inteiramente má. Tu dizes que a verdade liberta e produz frutos bons (…), já viste as maravilhas que a mentira proporcionou nos actuais regimes que Governam as nações mais corruptas deste mundo?”

O combate à corrupção que é por sinal a maior arma do General João Lourenço não está a fazer nenhum exemplo com validade por ser tão selectivo quanto os racistas do Apartheid, tendo - se constituído num especialista de ataque ao passado com predilecção às figuras pró – eduardistas, e, poupado todo presente, nem sequer se lembra que os actos de corrupção continuam a citiar os dias actuais, no contexto actual de coisas, a comparação faz – se ao regime do Apartheid, um regime de segregação racial implementado na África do Sul em 1948 pelo pastor protestante Daniel Fraçois Malan — então primeiro-ministro —, e adoptado até 1994 pelos sucessivos governos do Partido Nacional, no qual os direitos da maioria dos habitantes foram cerceados pela minoria branca no poder.

Na verdade, o actual regime controla tudo, lança todas as culpas ao regime dirigido por Eduardo dos Santos, mas não se iliba de nada, continua preso nas correntes da corrupção e faz dessas uma forma de poder enriquecer de forma fácil, e passar à segregar os eduardistas.

Se esperava que a chegada de JLO ao poder poderia impor uma governação centrada na ideia de um País mais justa, porém JLO impôs uma justiça totalmente selectiva, se Edeltrudes o seu próprio defin está envolvido em variados escândalos financeios, Manuel Vicente não fez o diferente, carrega às costas variados problemas de natureza fiscal, mas JLO tem se mostrado excessivamente cego quanto aos inúmeros crimes contra as estruturas do Estado desenvolvidos pelos seus sequazes, Álvaro Sobrinho até nas Ilhas Maurícias se tornou num verdadeiro alvo em busca, enquanto isso, JLO fabricou um colete de ferro para proteger Álvaro Sobrinho de todas as falcatruas que terrra desenvolvido contra as estruturas do Estado Angolano.

Enquanto tanto se protege os seus sequazes, Isabe dos Santos e Zeno dos Santos mereceram a perseguição mais asquerosa que o mundo pode mostrar, Isabel até terá sofrido aquilo que sabe ser a pior injustiça do universo, tendo sido os seus bens arrestados sob cunho de documentos totalemente falsos. Zeno dos Santos embora tenha devolvido os 500 milhões permaneceu preso ao longo de mais de um ano, tendo passado uma tortura psicológica que ninguém terá vivido. Enquanto isso, apesar de todas as circunstâncias, Higino Carneiro mereceu perdão por tudo quanto tenha praticado contra o aparelho do Estado.

A verdadeira governação para lá das condições materiais e imateriais que servem de recursos ao desenvolvimento do País, requer uma administração que integre activamente os cidadãos na condução dos seus destinos e da sua gestão. Porém, a governação de JLO é realizada somente sob sua óptica e da sua cúpula, sem participação directa ou indirecta dos angolanos, desde logo, o povo é forçado à receber apenas migalhas, tendo muitos dos cidadãos transformado o lixo num verdadeiro restaurante para a sua subsistência quotidiana.

Ao longo dos três anos de governação de JLO não se terá notado nenhum avanço nem material, sequer imaterial do País, aliás, JLO transformou Angola num palco dos problemas, em vez ir à busca de soluções aos variados problemas, Lourenço fazia dos problemas na solução dos mesmos. Todavia, JLO nunca soube encontrar solução em nada, aliás, apenas aumentou problemas em tudo aquilo que era passível de ser solucionado. Portanto, a vida do povo angolano somente agravou – se.

JLO ao longo dos três anos de governação somente soube dar um inferno gratuito ao povo angolano (…). Há quem diga que, aos nossos dias vive – se muito pior que na era colonial de Salazar, e, ainda pior que na era da guerra civil (1975 à 2002).

Por Amadeu Baltazar Rafael

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