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Terça, 11 Novembro 2014 20:57

Dilma Rousseff diz ‘não' a Isabel dos Santos

Isabel dos Santos já percebeu que os brasileiros da Oi, e em particular o Governo brasileiro, que é accionista da companhia, não estão pelos ajustes em relação às condições de sucesso da oferta da PT SGPS.

E já emendou a mão. Não será suficiente, se não aumentar o preço, mas já serviu para medir o pulso a um país que não tem nada a ver com a realidade que encontrou em Lisboa.

Isabel dos Santos tem em Portugal uma posição muito relevante, é das maiores investidoras estrangeiras e foi bem recebida. Porque entrou em empresas como o BPI e a Zon, hoje NOS, com reputação positiva. E construiu valor, também graças aos mercados que disponibilizou às empresas em que participa. Agora, o mercado brasileiro é outra história. Na verdade, Isabel dos Santos nunca quis entrar no Brasil, também porque sabia que não seria recebida da mesma forma. O Brasil é uma potência regional, um produtor de petróleo, como Angola. E Isabel dos Santos já tem vida própria, mas continua a ter o nome do pai, o presidente angolano.

A OPA sobre a PT SGPS é, também, uma oferta sobre 25% da Oi, porque a companhia portuguesa é accionista da brasileira, e é a brasileira que tem 100% da PT Portugal. A narrativa oficial diz que Isabel dos Santos quer entrar na consolidação no Brasil. Não é a verdadeira. Isabel dos Santos quer testar os brasileiros, e resolver a operação da Unitel, onde a Oi tem uma uma participação através da PT Portugal, e quer reforçar a sua posição em Portugal. A resposta dos brasileiros, hoje e ontem, não é apenas dos acionistas privados da Oi, é também da presidente Dilma. É um recado para Angola.

Isabel dos Santos lamenta a indisponibilidade da Oi em aceitar sua oferta pública

A angolana Isabel dos Santos lamenta a indisponibilidade da Oi em aceitar sua oferta pública de aquisição (OPA) da Portugal Telecom SGPS, e está ponderando a alteração de algumas condições rejeitadas pelos brasileiros, segundo o porta-voz da empresária.

Ele disse que, tendo tomado conhecimento do mais recente comunicado publicado pela Oi, "lamenta" a "indisponibilidade" da empresa brasileira para atender quaisquer condições estipuladas na OPA.

O Conselho de Administração da operadora brasileira de telecomunicações disse na noite de segunda-feira que a OPA era "inaceitável", pois resultaria na alteração dos termos de sua fusão com a Portugal Telecom SGPS, o que já havia sido considerado "descabido" pela administração da companhia.

"Lamentamos muito que a Oi tome essa decisão sem ponderar devidamente a proposta de criação de valor apresentada, sem sequer ouvir as partes interessadas que, para além de si, estão envolvidas", disse o porta-voz.

"Estamos neste momento ponderando prescindir das condições elencadas nas alíneas 6, 7, 8, 9 do item 14 do anúncio preliminar (da oferta)", acrescentou.

No domingo, a Terra Peregrin, empresa de Isabel dos Santos, lançou uma OPA pela Portugal Telecom SGPS, visando alcançar uma participação relevante embora minoritária na Oi e manter a unidade da Portugal Telecom.

"Reafirmamos que esta é uma proposta de criação de valor que envolve a Oi e os seus acionistas, e que permitirá a manutenção da unidade da Portugal Telecom, evitando o desmantelamento da empresa portuguesa, que é uma das mais importantes da economia", afirmou o porta-voz da empresária, que é filha do presidente de Angola. "Acreditamos muito neste projeto e, desde que consigamos reunir vontades, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para concretizá-lo", concluiu.

Económico | EXAME

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