Durante e após a operação, Júlio Muel, Jovem Secretário Municipal da JURA (Juventude Unida Revolucionária de Angola) no Buco Zau e coordenador da juventude local, foi abordado pelos munícipes em busca de ajuda para recuperar os seus bens saqueados pela polícia. Júlio apelou à calma, aconselhando todos a retornarem para as suas casas, comprometendo-se a interceder junto à polícia para resolver a situação.
Cumprindo a sua promessa, Júlio dirigiu-se ao Comando da Polícia para obter mais informações, mas foi surpreendido por um grupo de jovens descontentes próximo ao local. O confronto resultou em disparos da Polícia Nacional, que respondeu com pedras e objetos por parte dos jovens. Posteriormente, a polícia decidiu prender Júlio, acusando-o de ser o organizador da manifestação. Embora alguns jovens tenham sido detidos inicialmente, todos foram liberados, exceto Júlio Muel, levantando suspeitas sobre possíveis motivações políticas por trás de sua detenção.
Atualmente, Júlio enfrenta alegações de organização de manifestação e está sob tortura psicológica. O Juiz devolveu o caso, alegando falta de acusação do Ministério Público, que, por sua vez, afirma não ter recebido a documentação da Polícia Nacional.
A JURA está a prestar assistência jurídica e psicológica necessária para superar a situação e faz um apelo a todas as instituições do Estado para basearem suas ações na legalidade, observando todos os documentos normativos da República. A organização destaca a importância de não transformar o acto de Júlio Muel em um aproveitamento político, como tem sido prática nos últimos anos. JURA