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Terça, 17 Setembro 2019 11:02

África do Sul: Xenofobia Estruturada - O “Assassínio” Da Nação Arco Iris

A estratégia de matança indiscriminada de Pretos, bem como o comportamento bárbaro, muito provavelmente faz parte do ADN de uma parte significativa dos povos sul-africano, quero dizer está-lhes no sangue, no passado recente “no tempo da outra senhora, refiro-me a época do APARTHEID, os racistas, mentores do “caos selectivo” ‘inventaram;’ usaram e abusaram deste método trucido, instrumentalizando peões, iletrados, ‘basbaques/pacóvios’ desprovidos de consciência, formatando nas suas perturbadas mentes, a necessidade entre aspas de massacrar os seus semelhantes, perpetrando homicídios em massa, tendo como motivo a diferença étnica.

A maioria dos que compõem o povo/nação Zulu (sempre) esteve no epicentro desta “perversidade” eram os instrumentos doceis e preferenciais dos “donos do apartheid” no âmbito de dividir para melhor reinar, os zulus sempre demonstraram disponibilidade e aptidão para o ‘caos’ a barbárie.

QUEM SAIU BENEFECIADO desta pratica, na era do apartheid?

O ANC queixava-se ser a principal vítima “do processo.” Volta e meia os principais aglomerados residenciais de negros, no Soweto, Tokoza, Tembisa, Alexandra etc., (só para mencionar a periferia da área metropolitana de Johannesburg) grupos de assassinos armados maioritariamente de catanas, bastões de ferro, picaretas, ‘candjavites’  e não só, eram ‘largados’ nas proximidades por camiões da polícia sob a direção dos serviços de segurança/inteligência racista, caiam criminosa e impiedosamente contra os habitantes destas localidades e de acampamentos de trabalhadores rurais/mineiros e usuários de comboios, matando desprevenidos inocentes de forma indiscriminada, não poupando crianças, mulheres e velhos, apos a realização da “missão” eram ‘recolhidos’ e dispersados algures, obstaculizando/emaranhando as pistas de localização. Tão logo depois destes actos, pressionados pela opinião pública nacional e internacional a Policia era encarregue de investigar e localizar os autores…

De realçar, que vez por outra (mais quando pressionado, pela opinião pública o mandatário da nação Zulu, pronunciava-se (balbuciando) contra tais actos (Precisamente como o fez muito recentemente, Cyril Ramaphosa, xenófobo assumido). o INKATA ZULU de Mangosuthu Buthulezi era o principal suspeito e o mais favorecido, pelos racistas de entre as formações associativas de negros, pois era o que exaltava uma ferocidade nata e doentia, contra as outras etnias seus semelhantes.

A SAPS (South African Police Service) do apartheid, dizia que “Não tinham como conter tais vagas de assassinos e que os “Pretos eram animais que odiavam-se por quinquilharias, tais como a risível diferença étnica/tribal…”

Por outras palavras, ouvimos a “mesma coisa” da actual SAPS, para justificar a propositada incapacidade em “descobrir” o epicentro terrorista da manutenção da xenofobia.

Qual era o real objectivo, por detrás desta barbárie?- “Mostrar ao mundo que os pretos era um caso perdido…”

SAPS do apartheid e a SAPS do ANC

No dia de 21 de Março de 1960, ocorreu uma manifestação pacífica, em Shaperville convocada pelo PAC (Pan-African Congress), contra a Lei do Passe racista, a polícia abriu fogo de metralhadoras directamente contra os manifestantes, que resultou na morte de 69 pessoas e 181 feridos.

Após esse dia, a opinião pública mundial focou sua atenção pela primeira vez na questão do apartheid. No dia 21 de Novembro de 1969, a ONU implementou o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, que passou a ser comemorado todo dia 21 de Março, a partir do ano seguinte. E continua ainda nos dias de hoje mesmo após o fim do Apartheid.

O Levante de Soweto foi um dos mais sangrentos episódios de rebelião negra desde o início da década de 1960, desencadeado pela repressão policial à marcha, em 16 de junho de 1976, de protesto contra a inferioridade das "escolas negras" na África do Sul. Estima-se que havia entre 15.000 a 20.000 estudantes no protesto.

Os estudantes, cantando, marchavam por Soweto em direção a um estádio aberto, onde fariam um comício - foi alvo de uma bomba de gás lacrimogêneo por um policial, para, em seguida, ser atingida por disparos das tropas de choque munidas de armas automáticas. O número de pessoas mortas oficialmente é de 95, mas normalmente é dito que foram 176, mas há estatísticas que foram 700.Um dos mortos foi o estudante Hector Pieterson, aos 13 anos de idade, que se tornou símbolo do massacre.

Em memória desta data, a então OUA instituiu em 1991 o Dia da Criança Africana.

Matança em MARIKANA/Rustenburg. Durante o consulado de Jacob Zuma, a polícia (brancos e negros) atirou a matar contra uma manifestação de grevistas/ mineiros, matando cerca de 34 trabalhadores e ferindo mais de 78 e 259 detidos, provocando uma grave comoção geral na nação “arco-íris”. Foi o primeiro acontecimento grave, perpetrado pela SAPS apos o fim “oficial” do apartheid.

Estrangeiros, estiveram de algum modo envolvidos na matança ou estiveram na causa de tal tenebroso acto (quer seja, pelos grevistas ou elementos da SAPS)? Ou prevaleceu a sanha assassina da instituição ou melhor do caracter Homicida de uma boa parte dos cidadãos Sul-africanos? Que agora buscam na BLACKFOBIA motivos para arremessar os seus vampíricos instintos… 

Guy Lindsay Scott (raça Branca) um economista e político zambiano, foi presidente interino do seu país de 2014 até 2015. Assumiu no final de outubro de 2014 a presidência interina do seu país até as eleições presidenciais, realizadas em janeiro de 2015, no qual foi eleito Edgar Lungu.

Lançou justificáveis ‘farpas’ contra os dirigentes da chamada “nova” Africa do Sul, com o ANC na mira, catalogando-os de ARROGANTES & “cangalheiros” tal qual os mentores do Apartheid, tais farpas causou um certo desconforto nas relações entre os dois países.

THABO MBEKI

Thabo Mvuyelwa Mbeki, segundo Presidente negro Sul-Africano (14 de Junho de 1999 a 14 de Setembro de 20008), ė/foi, na minha opinião, depois de Madiba, o melhor Presidente do Pais (o verdadeiro cérebro, na governação do executivo de Madiba), sob o seu consulado a economia cresceu média 4.5% ano. Dos pouquíssimos Pan-africanista dos dirigentes da Africa do Sul e visionário. Produziu milhares de posto de trabalho entre os “blacks” nos sectores médio da economia nacional (no âmbito do BEE – Black Economic Empowerment), Não foi bem-sucedido com a “casta mais baixa, os iletrados sul-africanos” por sinal a maioria da composição do exército de assassinos dos irmãos de raça (na era do Apartheid) actualmente engrossam o exército xenófobo. Mbeki, Grande defensor e arquitecto do NEPAD (Nova Parceria para o Desenvolvimento de Africa) e do IBSA (India, Brazil, South Africa) que antecedeu ao BRICS.

O NEPAD produziu muitos anticorpos, quer dentro como fora da Africa do Sul, hoje por hoje, um vasto sector do exterior, vê o programa como a tábua de Salvação para a Africa, ė seguramente a melhor resposta contra o êxodo maciço o colectivo suicídio de africanos no Mediterrâneo e obviamente contra a xenofobia no Pais do Rand. 

Porem, não há dúvidas de que os povos sul-africano, seriam reeducados da necessidade de parcerias construtivas com o resto do continente, este sob a liderança do “Capitão Africa do Sul” e foi precisamente neste âmbito, que a maioria dos “estúpidos” líderes africanos grávidos de ciúme e mesquinhez, viram com desconfiança a aplicação do NEPAD. Porem multidões de povos de quase TODO o continente, acabaram por rumar para “o Pais do Rand”, quando a economia deste, foi crescendo foi suportável…

Quatro meses antes da saída de Mbeki, “aconteceu” uma das primeiras manifestações do “Fenómeno” xenófobo, como acto colectivo na Africa do Sul, aos 11 de Maio de 2008, (vitimou cerca de 70 pessoas) o “Homem” não hesitou em recorrer a “Tropa” para “arrumar a casa e ‘calar’ os ânimos”, de Lá para Cá o “surto epidémico” aparece propositadamente, diria estrategicamente programado num estabelecido ciclo, cada vez mais violento e mais expressivo, PORQUE?!…

Na minha modesta opinião, Tal surto, surgiu como resposta ao BEE e a perca de maciços privilégios da minoria branca… com os mesmos actores nos bastidores, mesma plateia e impostores… de alguns anos para cá, tal como aconteceu no passado, alguns da equipa do governo e do partido no poder, não só tomam partido, como “Orquestram” a movimentação do perverso acto. Cyril Ramaphosa e o Mayor de Johannesburg Herman Mashaba do Aliança Democrática AD) vergonhosamente deram rosto ao movimento assassino, ambos fizeram da AFROFOBIA ou BLACKFOBIA estrela de campanha nas últimas eleições gerais.

REINO ZULU (impropriamente chamado de Zululândia)

Goodwill Zwelithini Kabhekuzulu, ė o actual soberano dos Zulus de África do sul e (diz-se) de toda a África, (marido de seis esposas, duas delas Swazis) um dos aficionados e instigadores da BLACKFOBIA, nunca escondeu o seu desígnio de separar-se do restante território da Africa do Sul, retomando a Porção do território das conquistas do seu fundador, Shaka Zulu, o seu “martelo” político sempre foi o INKHATA ZULU…muitos observadores, são unanimes em afirmarem que, o CAOS total da “nação arco-íris” consta do seu projectão, para a separação dos restantes territórios, que compõem hoje o Pais. Tentou convencer disso o governo racista de Botha e posteriormente F. W. de Klerk, nas discussões para o término do apartheid, em conceder “independência” a chamada Nação Zulu, sem sucesso.

Goodwill ė muito provavelmente, o “instrumento” do cérebro racista por detrás da BLACKFOBIA ou estes são o instrumento daquele, para a realização do seu tenebroso sonho. Se calhar um ė o plano B de outro (complementam-se), ou AINDA são ambos faces da mesma moeda. Pois assim como a os radicais Zulus, “sonham” com uma “ZULULANDIA” o sector mais radical dos racistas brancos, “sonham” de igual modo, com uma BOERLAND… a Blackfobia, ė a “autoestrada” para o objectivo de um e de outro; discípulos de Maquiavel.

Goodwill e o Inkhata zulu, sempre mostraram um feroz antagonismo ao ANC, paradoxalmente o fundador do ANC foi Zulu.

JULIUS MALEMA, foi a saudável excepção, colocou corajosamente o ‘dedo’ na ferida, a causa da gritante falta de emprego: deve-se sobretudo a falta de investimento estrangeiro e da recapitalização na economia, bem como da grosseira falta de capacidade governativa, dos vários elencos governamentais do ANC e da desenfreada/desumana corrupção que corroeu os pilares/sustentáculos da economia. – Disse o carismático Malema, Líder do EFF (Economic Freedom Fighters).

MEMÓRIA – VITIMAS DA BLACKFOBIA

Quem se lembra, do jovem Mido Macias, Moçambicano 27 anos, horrorosamente morto por “arrasto” por uma viatura policial, pelas ruas de Dobsonville (Soweto)?

Os perpetradores de tal Terrífico crime (agentes da policia), foram simplesmente transferidos (da Police Station de Dobsonville) para uma outra ‘aprazível’ esquadra…

Alguém se lembra do vendedor ambulante Manuel Jossias Sithole – vendia cigarros, avulso. Barbaramente assassinado em pleno dia, porque segundo os xenófobos sul-africanos, a sua presença na Africa do Sul, “Roubava o emprego de cidadãos sul-africanos”…Shitole (repito) era vendedor de rua, vendia cigarros avulso…

Que anedótico, que chacota!... Os pais, Sul-africanos, anseiam para os seus filhos;- vender cigarros, (ser) arrumador de carros nos parques de supermercados e demais ‘parvoíces’, isso ė serio?!... Matam dezenas de pessoas, incendeiam bens materiais de milhares de Randes, porque os seus conterrâneos não têm emprego? Tais actos contribuem, para o empobrecimento ou enriquecimento da “nova (?!” Africa do Sul?

A PERGUNTA DE UM MILHĀO DE RANDES: Quantos criminosos/assassinos Afrobos, a Justiça Sul-africana, prendeu e condenou?

Reacção de ANGOLA e da sua Diplomacia…

Quero me lembrar das palavras de um sobrevivente do Holocausto nazi, durante a segunda guerra mundial…

“…Quando Prenderam o meu vizinho, Judeu…

Não me importei, Porque eu não era Judeu.

Quando Prenderam um outro cocidadão, por ser comunista…

Olhei para o lado, “Quero lá saber dos comunas”, não sou comunista!...

Quando Prenderam os sociais-democratas, bati com os “ombros”…

Não sou Social-democrata…

Quando Prenderam, todo o mundo,,,

Lembraram-se que eu existia, uma bela manhã, vieram buscar-me…

Já não tinha ninguém para me defender!

Quem se lembra, do Proverbio africano do Rato;- “Há armadilha na casa?”

Qual será a “ocupação” da corja de assassinos a soldo do maquiavelismo, quando não haver mais ESTRANGEIROS PRETOS (para gratuitamente matar) no Pais?... Para onde, vão descarregar o seu instinto assassino/mortuário?

Seguramente os não Pretos, será a “vítima a seguir” ou prosseguirá a matança entre eles, apenas interrompida com a “inesperada” Libertação de Madiba?!.. HOLOCAUSTO  … a desintegração total, cairá a soberba/arrogância e então será a vez de multidões de sul-africanos a “saltarem” o arame da fronteira, para os países vizinhos! (os vizinhos, provavelmente rugirão de justificada alegria!)

Em cada manifestação assassina de Afrofobia, estão MATANDO (mais uma vez) Nelson Mandela, escarrando sobre o Madiba e o seu sonho de uma nação Arco-íris!

AVIĀO DA ETHIOPIAN AIR LINES, VOO ET-302

Quando tal notícia chocou o mundo, pela horripilante morte de 157 pessoas, uma das estações de TV angolana, “abriu” o seu principal noticiário com as seguintes palavras: “Não há nenhum angolano entre as vítimas da Ethiopian Airlines…” Que insensibilidade!... Tipicamente angolano!...

Agora, no rol de ataques xenófobos contra pretos iguais a nós, vem a nossa “Típica” diplomacia, lembrar-nos, que esta TUDO BEM, porque não há nenhum angolano, entre as vítimas de blackfobia na South Africa…

Sinceramente, chorei impotente de RAIVA, pelo cinismo e infantilismo da nossa diplomacia, claro esperam “ouvirem” que morreram DEZ angolanos, mesmo quando ouvirem tal, erguer-se-ão algumas vozes a perguntarem:- “O que foram lá Fazer?!.. Se ‘stamos mbora bem cá na banda!...”

E a nossa solidariedade com os nossos irmãos de Moçambique e os nossos irmãos do Zimbabwe? Irmãos da Nigéria, do Malawi… Cadê, a nossa solidariedade com o resto do continente? Cadê o nosso vínculo com a Justiça? Esquecemo-nos de que anos atrás morreram angolanos no Western Cape, vítimas de xenofobia?

Porque Angola e dezenas de milhares de angolanos, sob a ‘batuta’ do MPLA, “perdemos” tempo e enormíssimos recursos em hostilizar/combater o regime do apartheid, se “o dito cujo” Não tivera feito nenhum mal ao Angolano?

Não MATEM Nelson Mandela, da memória colectiva de África e do Mundo!...

Domingos Vilombo

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