Quarta, 17 de Julho de 2024
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Sexta, 12 Julho 2024 19:05

Analista “chama” RNA de roto e diz que regime está pagar pesada factura de ter promovido censura entre os jornalistas

O analista político e jornalista angolano, Ilídio Manuel, diz ter acompanhado, nesta quinta-feira, 11, parte do programa Angola em Directo, promovido pela RNA, sobre: “As fake News e as suas consequências”.

Segundo o jornalista, o debate foi interessante e didáctico, mas faltou coragem para dizer que o combate às Fakes News, não se restringe apenas à educação e sensibilização dos internautas para o uso responsável das redes sociais ou com a repressão às condutas negativas, mas também com a CREDIBILIZAÇAO da mídia, sobretudo a pública.

O Roto a falar do rasgado?

“A RNA, à semelhança dos demais órgãos de imprensa, não é um espelho de virtudes em matéria da divulgação da verdade e da imparcialidade em que estas se confundem com o exercício da mera propaganda”, ressaltou, acrescentando que a ausência do contraditório e do debate plural não fazem dos órgãos públicos referências em matéria de jornalismo. “Hoje, as pessoas acreditam mais facilmente numa mentira nas redes sociais (RS) do que numa verdade ou meia na imprensa pública”.

Observou, por outra que, as Redes Sociais (RS) e, por arrasto, as “fakes”, em Angola ganharam a dimensão que hoje têm devido, em grande medida, à “lei da rolha” que imperou durante “séculos” na imprensa pública, a ponto de esta desacreditar-se a si própria.

“À falta de uma informação credível e imparcial, o público consumidor procurou sempre fontes alternativas, primeiro na imprensa privada, agora nas poderosas RS.

Hoje, o regime está a pagar a pesada factura de ter promovido a censura e a auto-censura entre os jornalistas, de ter transformado tais órgãos em meras caixas-de-ressonância do poder e instrumentos de propaganda barata”, frisou.

Com a emergência das redes sociais, Ilídio Manuel afirma que os jornalistas deixaram de ser as únicas “estrelas” cintilantes no panorama informativo, passando a dividir o palco com os internautas. “Hoje, a informação está a distância de um clique. A informação popularizou-se, desceu aos musseques... Nunca o regime sentiu-se tão perturbado como agora com as Redes Sociais, a ponto de volta e meia desdobrar-se em desmentidos atrás de desmentidos.”

Apelou igualmente que ninguém em sã consciência pode negar o mérito das redes sociais que têm estado a “forçar” os órgãos públicos a procurar a “verdade material”, a correr atrás do prejuízo.

“Repito: a desinformação e as “fake news” não se combatem apenas com leis punitivas, mas sobretudo com a abertura da mídia pública para que esta resgate a confiança perdida e relegue para segundo plano as Redes Sociais.”

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