"Temos condições criadas para o efeito, temos condições de biossegurança, a ANEP inclusive fechou contrato com vários fornecedores e temos já produtos de proteção que estamos a mandar também para o interior do país", afirmou hoje à Lusa o presidente da ANEP, António Pacavira.
Segundo o líder associativo, o processo de munir as escolas particulares com material de biossegurança, sobretudo colégios, pelo país está em curso, frisando que "há quem esteja com 100% de condições, outros com 90%”, mas assegurou que até dia 13 espera que estejam garantidas todas as condições.
Se isso não acontecer, defendeu que então deve ser atrasado o arranque das aulas nas escolas sem condições.
A Associação Nacional do Ensino Particular de Angola controla mais de 1.200 filiados, no entanto, sublinhou António Pacavira, a distribuição de material de biossegurança "também é extensiva aos colégios não filiados".
As aulas no ensino geral e universitário em Angola foram suspensas em março, antes de o Presidente angolano, João Lourenço, declarar estado de emergência, que decorreu entre 27 de março e 25 de maio.
Angola, que vive desde 26 de maio situação de calamidade pública, conta com 315 casos positivos da covid-19, sendo 201 ativos, 97 recuperados e 17 óbitos.
O decreto que determina situação de calamidade pública prevê o reinício da atividade no ensino superior e no segundo ciclo do ensino secundário a partir de 13 de julho embora "dependente da evolução da situação epidemiológica".
Em relação à garantia do distanciamento dos alunos nas salas de aula, o presidente da ANEP disse que a média nacional no ensino particular é de 25 alunos por sala e nesse domínio "não foi difícil fazer enquadramento".
"Quanto ao distanciamento, tivemos que reduzir salas com 15 ou 20 alunos dependendo do tamanho da sala, o que alterámos foi o paradigma das escolas com regime integral, onde o aluno entra de manhã e sai apenas de tarde, dividimos em turnos", concluiu.
O reinício das aulas em Angola continua a dividir opiniões dos intervenientes diretos no setor, país e encarregados de educação, gestores, professores e autoridades que ponderam o regresso devido aumento diário de casos da covid-19.
Para o subsetor do ensino universitário e no segundo ciclo do ensino secundário o recomeço das aulas está agendado para 13 de julho e para o primeiro ciclo do ensino primário para 27 de julho.
Encarregados de educação angolanos querem reinício das aulas apenas em setembro
A Associação Nacional de Pais e Encarregados de Educação Amigos da Criança angolana considera não haver condições de biossegurança para o reinício das aulas, devido à covid-19, defendendo que deve ocorrer em setembro.
Em declarações à Lusa, o presidente da associação, Manuel Diogo, afirmou que, "em princípio, nenhuma escola em Angola tem condições de biossegurança para albergar alunos por estarem desprovidas de ‘kits’ de proteção e água potável".
O reinício das aulas no segundo ciclo do ensino secundário em Angola está previsto para 13 de julho e para o primeiro ciclo do ensino primário em 27 de julho.
"A princípio em nenhuma escola a nível nacional tem condições para albergar os nossos filhos porque falta água potável nas mesmas, falta condições dignas aos professores e testagem em massa dos docentes e pessoal administrativo", afirmou o responsável.
Para Manuel Diogo, que discorda da anulação do ano letivo, o reinício das aulas deve ter em conta o evoluir da pandemia no país, referindo que o mês de setembro seria o ideal para a salvaguarda da saúde dos alunos.
Segundo o responsável, o reinício das aulas deve ser antecedido pela desinfestação de todas as instituições escolares do país e testagem aos professores e funcionários das escolas, proposta que "até ao momento não tiveram aprovação das autoridades sanitárias".
"Exigimos à ministra da Saúde, junto da equipa do Governo, que pelo menos desinfestassem todas as escolas e testassem os todos os professores e o pessoal administrativo, mas não tivemos nenhum aval positivo e isso inquieta-nos", disse.
As aulas no ensino geral e universitário em Angola foram suspensas em março, antes do Presidente angolano, João Lourenço, declarar estado de emergência, que decorreu entre 27 de março e 25 de maio.
Angola, que vive desde 26 de maio situação de calamidade pública, conta com 315 casos positivos da covid-19, sendo 201 ativos, 97 recuperados e 17 óbitos.
O decreto que determina situação de calamidade pública prevê o reinício da atividade no ensino superior e no segundo ciclo do ensino secundário a partir de 13 de julho embora "dependente da evolução da situação epidemiológica".
De acordo ainda com o presidente da Associação Nacional de Pais e Encarregados de Educação angolana, todas as propostas dos associados foram apresentadas na quinta-feira durante um encontro com a ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira.