Dirigentes de vários quadrantes políticos, estiveram hoje num culto ecuménico em prol das eleições, com o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) representado ao mais alto nível, pelo presidente do partido e candidato a um segundo mandato presidencial e a primeira-dama, bem como vários membros do seu governo e o presidente da Assembleia Nacional.
Na celebração compareceram também integrantes da União Total para a Independência de Angola (UNITA), principal partido da oposição, e da CASA-CE, terceira força política, que convergiram hoje numa mensagem positiva sobre o período eleitoral.
O culto ecuménico, que decorreu no estádio 11 de novembro, foi convocado pelo Conselho das Igrejas Cristãs em Angola (CICA), Aliança Evangélica de Angola (AEA) e Fórum Cristão Angolano sob o lema “Orai pelas autoridades para que tenham uma vida tranquila”, com vista a sensibilizar os eleitores angolanos para que as eleições decorram em ambiente de paz e tranquilidade.
Carolina Cerqueira, ministra de Estado para a Área Social do executivo do Presidente angolano, João Lourenço, que se recandidata a um novo mandato e terceira na lista do MPLA, disse à Lusa que a cerimónia deixou uma mensagem de concórdia, paz e unidade.
“As eleições vão ter lugar na próxima quarta-feira e pensamos que esta expressão de religiosidade, alegria e confiança no futuro, dos religiosos e cidadãos, é uma prova da maturidade política dos angolanos e da nossa vontade firme em continuarmos a trilhar os caminhos da paz, da reconciliação e da unidade”, disse a dirigente do MPLA e candidata a presidente a Assembleia da República.
As eleições serão pacíficas, afiançou Carolina Cerqueira.
“Tudo faremos para que Angola diga sim à paz, diga sim às pontes de solidariedade, alegria e amor ao próximo e de uma pátria reconciliada consigo própria”, destacou.
Também o deputado e dirigente da UNITA Nelito Ekukui, disse que o partido quis estar presente para ouvir a mensagem de Deus e “porque está aqui o povo de Deus que veio interceder para que as eleições decorram num clima de paz e tranquilidade”.
O secretário provincial de Luanda salientou que a UNITA tem “a sua visão” sobre o país e o processo eleitoral e vai manter a sua agenda dentro do estrito cumprimento legal.
“As eleições têm de ser pacíficas, nós alcançámos a paz há 20 anos e não há motivos para haver um clima de suspeições sobre um ambiente de instabilidade pós-eleitoral”, sublinhou, garantindo que a UNITA vai continuar a lutar pela verdade: “Vai litigar nos tribunais e vai recorrer até à última instância para que o processo ocorra dentro da Constituição e da lei”.
Nelito Ekukui discordou, no entanto, dos pastores e reverendos quanto aos louvores relativos ao papel da Comissão Nacional Eleitoral, uma das entidades a quem foram hoje consagradas preces.
“A CNE tem estado a falhar muito, publicou os cadernos eleitorais a dez dias das eleições quando deveriam ser 30, tardou no credenciamento dos delegados de lista”, entre outras violações, apontou o deputado.
“É o que estamos a denunciar e vamos continuar a litigar nos tribunais, dentro do cumprimento da lei”, acrescentou o dirigente da UNITA.
Milhares de fiéis de diferentes confissões religiosas cristãs, sobretudo evangélicas e protestantes, confluíram hoje ao estádio para rezar pela paz eleitoral e celebrar súplicas pela nação, pelas eleições gerais, pela paz e pelos candidatos a corrida eleitoral.
Angola vai a eleições no dia 24 de agosto, para escolher um novo Presidente da República e representantes na Assembleia Nacional, uma votação disputada por oito formações políticas e que se adivinha renhida entre os principais rivais, MPLA e UNITA.