Porém, quem sofre por gosto não se cansará de sofrer.
O canto da sereia ouvido na assembleia nacional flauteado pelo deputado Gigi Fontes Pereira, não ajudou em nada a baixar a temperatura Benévola extraída do opulento discurso de Liberty Tchiaca, presidente da bancada da UNITA, nem ajudou a diminuir a gritante e exasperante impopularidade cada vez mais crescente do presidente João Lourenço nem a do partido estado do qual é presidente.
Com imensa tristeza e dor, ouvi o pronunciamento discurso sofrido do actual presidente do grupo parlamentar do MPLA na assembleia nacional.
Notei nele um amargo sofrimento quando tentou sem êxito transportar consigo o pesado fardo resultante do desnorte da governação do presidente João Lourenço.
Todos perceberam, que a visão do camarada Gigi, com relação a governação do país está completamente distorcida, tanto no vexo como no convexo da coisa. O atabalhoamento do discurso é visivelmente irrascível do ponto de vista estético assim com no contexto do texto. Isso mostrou que o deputado o MPLA do parlamento está de todo desconectado da realidade social objectiva de angola.
A comprovação dessa avaliação viu-se claramente exposta no discurso negativo qua está na contramão da realidade factual, e seguiu inexoravelmente em rota de colisão contra o pensamento e a vontade expressa do dono e soberano do poder efetivo.
Não se ouviu no discurso nenhum pragmatismo convincente nem verdade discretiva alguma, quando se referiu penosamente sobre a ardilosa nova divisão administrativa. Sobretudo, por ter tido a coragem de apresentar tal manobra diversiva como sendo uma prioridade premente!
A maioria se não mesmo todo país inteligente já entendeu, que a nova divisão administrativa, não é pacifica nem estratégica em vertente alguma do país, nem traz vantagens ou possíveis dividendos tributários, que ajudem a alavancar as economias locais e assim melhorar a vida do povo. Isso para nem falar de um qualquer eventual equilíbrio despesista nas contas públicas.
Certamente essa infeliz iniciativa do presidente do MPLA não ajuda de maneira nenhuma a melhorar a proximidade intimista entre governantes e governados.
Isso é uma mentira deslavada, o que João Lourenço deseja alcançar, é um maior controle sobre o poder local. O linguajar apresentado em discurso direto do presidente da bancada do MPLA ajuda apenas a distrair os cidadãos incautos.
O discurso mostrou incertezas governativa e de agendas, pois, não passou de um grito inflado de desespero, mentiras infláveis, foi de facto uma peça teatral mal concebida resultante de uma estonteante acrobacia discursiva em defesa da lei sobre segurança nacional, em detrimento da absoluta necessidade de se ver terminada a discussão e aprovação do restante pacote legislativo autárquico!
Tudo ficou mais claro quando o deputado do MPLA, numa atitude desesperada, ousou piscar o olho em direção a Juventude, buscando nela o socorro que jamais virá. Numa outra rotação, o deputado Gigi apontou o dedo a UNITA tratando-a de oposição recauchutada.
De facto e apesar da tentativa de lhe dar uma roupagem pejorativa e num tom claramente jocoso, na verdade, foi precisamente esse linguajar praguejador falso e escorregadio, que o infeliz deputado se perdeu.
De facto, a FPU, frente patriótica unida, ela é composta de um conjunto de forças políticas e de pessoas singulares da sociedade civil, que unidos num único propósito, lutarem juntos pela alternância do poder político.
Essa tipicidade de luta é reconhecida nas democracias representativas do mundo altamente desenvolvido. É claro que também se procurou melhorar o nível quantitativo e qualitativo de deputados, alem de se tentar efetivar a tão sonhada alternância do poder político.
De uma coisa o país está certo, o MPLA não conseguiu facilmente dividir com outros partidos satélites seus, a votação que gostaria de ter roubado ao eleitorado da UNITA/FPU.
A afirmação do presidente da bancada do MPLA, além de ter sido risível do ponto de vista pragmático, também foi pobre quando tentou teorizar a hipótese de ser discutida na assembleia nacional o restante do pacote legislativo autárquico. Naquele momento caiu o Carmo e a Trindade, o deputado Gigi tirou da cartola a carta que jamais poderia jogar. Perdeu toda e qualquer credibilidade naquele momento de incrédulo surrealismo.
O deputado aventurou-se a tocar no cálice da perdição sem ter colhido previamente ordens do seu patrão morador da cidade alta.
Sobre a tentativa de seduzir a juventude, ela falhou porque a lei de segurança nacional, subjuga os Jovens e impede-os de usar em liberdade as redes sociais. Esse gesto, foi um tiro certeiro no próprio pé do deputado do MPLA.
Por hábito forçado, todos reconhecem que, quando alguma coisa feita pelo povo e sobretudo pela juventude não domesticada e dá certo, se essa coisa foge ao controle do MPLA, isso causa um enorme frenesim e transtorna psicológico aos comandantes da ditadura oligarquia situacionista.
O sucesso alcançado pela juventude nas redes sociais, desestabilizou de maneira surpreendente o poder instalado, e encheu de inveja e ódio os arautos administradores da ditadura.
Esse é o real motivo que levou o regime a apresentar na assembleia nacional o pacote inventado às pressas da lei de segurança nacional, num país, que por si já está totalmente dominado pelas seguranças e secretas!
Chamar a UNITA de oposição recauchutada, não lhe causa dano algum, menos ainda a aflige nem aos componentes dessa aliança estratégica, que pelos vistos incomoda de sobremaneira o regime pelos resultados alcançados por ela.
Importa por outro lado clarificar, que não foi a oposição recauchutada quem roubou as eleições de agosto de 2022. Por isso não se entende a razão que levou o Gigi a choramingar tanto assim.
O angolano sabe que o mal mora no (Kremlin) sede do MPLA e não na oposição recauchutada.
Isso prova que existe um enorme déficit de verdade no choro do presidente da bancada do MPLA na assembleia nacional.
O importante agora lutar juntos com o objetivo de retirar o MPLA da cegueira que o envolve.
Que fique bem claro, a FPU foi criada para enfrentar o regime imperial oligárquico do MPLA, e principalmente para ajudar a estancar o tamanho gigantesco da fraude eleitoral em agosto de 2022, como de facto veio a acontecer. Estamos esclarecidos camarada Gigi!
O momento actual da política do partido no poder, possui a fragrância e o condão de provocar exacerbados momentos de sofreguidão aflitiva a sociedade. A inanição tomou conta da plateia descrente, mas, os actores centrais da política doméstica, convivem com um teor elevado de tédio lancinante.
Hoje se reconhece que será um perigoso desastre manter João Lourenço e o MPLA no poder.
A oposição no parlamento (UNITA) esteve bem e a altura das circunstâncias, o discurso funcionou muito bem e foi demolidor. Mas existe sempre um, porém, faz-se importante ativar fortemente a necessária interlocução identitária entre a direção da UNITA extraparlamentar e a sociedade civil.
Até o momento a UNITA não conseguiu comunicar-se com habilidade e rapidez necessária. Por outro lado, a UNITA/FPU está de todo omissa, não corresponde aos ensejos de uma comunicação digital rápida e dinâmica.
Para terminar, alerto a UNITA á aproveitar todas as falhas, erros e contradições do seu mais directo adversário. Esse é um exercício que a oposição tem de realizar com urgência.
Ainda bem que a oposição está recauchutada, por isso toca a marchar, nessa luta a UNITA tem a obrigação de dar voz aos sem voz, sem olhar a quem.
Vamos fazer barulho nas ruas e nas redes sociais, dentro e fora do país. É nossa obrigação cuidar e abraçar fortemente os nossos jovens da diáspora, temos que nos esforçar mais aqui em Angola, trazer os jovens para a nossa luta a partir do lugar onde cada um se encontrar, sem esquecer os mais velhos, que ainda têm força e vontade de lutar contra o MPLA usurpador.
Estamos Juntos
Por Raúl Diniz