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Quinta, 18 Fevereiro 2021 23:35

Diplomacia Angolana: O Fracasso do MIREX

A tamanha incompetência por parte dos diplomatas angolanos e da administração geral do MIREX espelha a triste realidade da nossa política externa, onde embaixadores, cônsules gerais e adidos não conseguem corresponder com as aspetactivas daquilo que são as exigências diplomáticas, também sendo que os funcionários diplomáticos e consulares, muitos deles carecem de formação universitária político-diplomática de alto nível.

O MIREX tornou-se um Ministério fracassado, o Estado perdeu o controlo sobre o MIREX. A impreparação dos diplomatas é visível, praticamente poucos fazem correctamente o seu trabalho; as nossas embaixadas funcionam mal, a organização é péssima, estamos em fase de crise econômico-financeira mas a corrupção continua em alta: as sobrefacturações.

A diplomacia angolana necessita urgentemente de reformas, novos quadros que dominam a matéria devem ser inseridos no MIREX de modo que dinâmicas de tipo progressivas sejam implementadas na nossa diplomacia.

Até o momento não há projecto político-diplomático, os actuais diplomatas que temos estão de rastos, são mais turistas do que outra coisa, entendem pouco de diplomacia, outros já estão na idade da reforma, uns ainda foram e são nomeados para funções de embaixadores e cônsules gerais, posto lá passam o tempo todo a dormir, a ver TV ou a ver futebol, porque não sabem o que fazer, desconhecem tudo que tem haver com diplomacia, motivos pelo qual o MIREX está sem direcção e de patas pro o ar, o MIREX precisa de um comando carismático, alguém além de altamente qualificado (tecno-diplomático) que tenha visão e carisma de liderança, alguém capaz de tomar decisões difícies sem olhar na cara das pessoas.

O MIREX é uma instituição que nunca teve ordem, ano a pós anos a coisa só piora, ninguém consegue colocar ordem no MIREX, está como se fosse uma casa abandonada, somente um cidadão angolano externo competente, responsável, qualificado e sem ligações comprometedoras pode salvar o MIREX da grande desordem em que se encontra.

Os actuais funcionários do MIREX “nenhum” deles é capaz de fazer reformas e grandes mudanças, porque todos eles directa ou indirectamente estão interligados, ou têm negócios entre si, esquemas de tráficos de influências, um sabe coisas obscuras do outro, outros (embaixadores, cônsules gerais) têm empresas, são diplomatas mas estão mais preocupados com negócios pessoais, negócios esses que foram criados com o dinheiro do Estado ou seja através da corrupção, por isso o governo angolano deveria optar por um cidadão angolano externo (não pertencente a nenhum Ministério do Estado), alguém imparcial e altamente qualificado para dirigir o MIREX, alguém sem medo de tomar decisões sérias, pontuais e concretas, alguém que não se deixa intimidar por ninguém na hora de projectar ou de aplicar o seu programa de mandato.

No MIREX se continuarem a nomear os que já estão lá dentro nada irá mudar, porque quase todos (se não todos) estão cheios de vícios, têm segredos um do outro, por isso dificilmente farão grandes mudanças, e o MIREX do jeito que está, a possível salvação e mudança virá somente se escolherem alguém completamente imparcial para o dirigir, alguém que trabalha com resultados, alguém muito dinâmico, activo, competente, bem formado e que tenha o espírito de deixar bons legados (boa fama) a favor do País (nesse caso a favor da nossa diplomacia), fora disso, sairá Ministro e entrará Ministro e a brincadeira será a mesma (muda o que nada muda) e a nossa diplomacia continuará sendo um autêntico fracasso.

Se quisermos repensar a diplomacia angolana grandes mudanças devem ocorrer, isso de ministros nomearem os seus parentes ou pessoas próximas é um dos grandes males da nossa diplomacia (e não só), as coisas devem ser feitas em base aos resultados que se queira alcançar. Eu trabalho com resultados, pra quem tem esse tipo de mentalidade e de competência o amiguismo e o familiarismo não têm relevância quando o assunto é profissionalismo, porque o que conta aqui é a meritocracia e a capacidade de fazer bem as coisas.

A busca dos grandes resultados é o combustível perfeito ao mesmo tempo o antídoto eficaz pra quem tem um verdadeiro programa de mandato ou projectos de alto nível, é deste tipo de pessoa que o MIREX está precisando, alguém que não olha na cara das pessoas na hora de nomear e de exonerar, alguém focado 100% nos resultados, pessoas assim são implacáveis (no sentido positivo), o funcionário pode ser seu filho ou sua mulher , mas se não são capacitados profissionalmente serão postos de lado, isso requer liderança de verdade.

Eu trabalho com resultados, e esse nosso triste MIREX precisa de alguém rigoroso, alguém prático e com mão de ferro (não ditador), alguém que ponha mesmo ordem, porque a diplomacia angolana só está como está porque nunca houve alguém com todas essas características: rigoroso, altamente qualificado, competente, mão de ferro, responsável, tecno-diplomático, projectista, internacionalista, líder e de olhos nos grandes resultados.

Eu e a Diplomacia a Diplomacia e Eu

Por Leonardo Quarenta – O Diplomata 

Ph.D em Direito Constitucional e Internacional

Mestrado em Relações Internacionais e Diplomacia

Master em Direitos Humanos e Competências Internacionais

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