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Sábado, 18 Abril 2020 19:17

O negócio de venda de vagas no RH do MINSA

É um fenómeno que talvez nem mesmo a própria ministra deve ter domínio sobre o cenário, há uma cúpula corrupta de vendedores de vagas no MINSA, que incorpora o RH.

No conceito de busca da felicidade haverá a ter em conta a densificação conceptual que dele foi sendo feita, insensivelmente, pelo filtro fino e subtil da literatura, e pela malha larga mas sinsera da vox populi, desde logo espalhada nos seus provérbios. Mas essa busca da felicidade não haverá no meio angolano, porque o angolano quer seja bom ou não naquilo que exerce não tem lugar no meio em que está voltado.

No exemplo do MINSA verifica – se o êxito da existência de um círculo de vendedores de vaga que operavam quando o anterior director nacional dos recursos humanos tinha sob sua posse a pasta máxima da direcção, foi por essa causa que houve uma taxa altíssima de reprovação no anterior concurso público, na verdade o anterior titular das pastas dos recursos humanos do MINSA afirmava de boca cheia quanto o faz o actual titular dos recursos humanos, dizendo haver subtileza e justiça no plano da correcção das provas, afirmava de boca cheia de que os estudantes é que eram incapazes de aprovar, enquanto reprovava os estudantes, variados indivíduos entravam no MINSA pagando tostões e tostões à custa de uma determinada vaga.

Sabe – se que em 2019 veio do Brasil um neurocirurgião que nunca exercitou a sua arte no hospital Josina Machel, na óptica quotidiana, todo e qualquer médico, quer seja especialista ou não deve fazer um exame para que seja admitido como médico em qualquer âmbito, excepto os expatriados sob augúrio de convénios de Estados. O que aconteceu com o dito neurocirurgião é o contacto estabelecido com os órgãos do MINSA e foi desde logo posto a trabalhar como funcionário do Maria Pia sem ter feito nenhum teste que o permitisse exercitar arte da neurocirurgia.

Além desde caso, existem variados médicos clínicos gerais e especialistas colocados em variada ordem de hospitais que utilizaram as esquinas, ou as mãos de luvas para obter vagas alusivas ao MINSA através das quais conseguiram entrar em hospitais, fruto de um sistema corrupto existente no MINSA.

Desde logo, é útil que o Estado angolano se imponha face à tal problemática dentando desvendar o que anda por trás dessa catástrofe das vagas no MINSA, porque a verdade anda de tanga e sabe – se que, tem havido variadas vagas à serem vendidas neste aparelho do Estado, e, foi isso que levou o ex – director Nacional dos Recursos Humanos à ser exonerado, neste âmbito, o actual director nacional dos recursos humanos desenvolveu a mesma esfera de linguagem, querendo fazer crer que o processo faz – se às mãos da justeza como o seu antecessor, mas na verdade, não existe justeza nenhuma nesse processo de admissão.

Essa pauta do MINSA, é uma verdadeira farsa, há variado enredos envolvidos nesta pauta. Caso o Estado na pessoa da Ministra da Saúde não tome à peito o destino desta pauta, o que há de suceder é que até indivíduos que não realizaram testes entrarão como médicos nas instituições por meio da cúpula corrupta do RH, enquanto os que fizeram testes e estiveram ao longo de quatro meses numa formação serão reprovados por opção do RH que faz das vagas como se fossem negócios seus.

Muitos dos que não entrarem, não o farão por não saberem, ou por saírem – se mal, mas porque o RH do MINSA viciou – se em vender vagas à quem quer que seja e sobre-facturar nos momentos de concurso público, é um sistema corrupto que a própria Ministra deve destruir.

Oxalá que dessa vez não vendam novamente as vagas como tem sido hábito, e permitam que as pessoas entram mediante o seu conhecimento.

Bem – haja!

João Hungulo: Mestre em filosofia política & Pesquisador

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