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Segunda, 14 Agosto 2023 14:10

Sonangol lançou títulos obrigacionistas de 90,6 milhões de dólares para financiar projetos e pagar dívidas

A petrolífera angolana Sonangol lançou hoje a emissão de obrigações, no montante de 75 mil milhões de kwanzas (90,6 milhões de dólares), valor com os quais prevê financiar projetos e pagar dívidas no mercado interno.

A petrolífera estatal vai emitir até 7,5 milhões de obrigações, pelo valor unitário de 10.000 kwanzas (12,08 dólares), totalizando 75 mil milhões de kwanzas da oferta, com maturidade de cinco anos, com reembolso numa prestação única em 14 de setembro de 2028, com uma taxa de juro fixa de 17,5% ao ano pagando os juros semestralmente.

O montante mínimo a subscrever são de 10 obrigações, num investimento de 100 mil kwanzas (120,85 dólares), prevendo a oferta a opção de reembolso antecipado pelo emitente a partir do primeiro ano, ou seja, em setembro de 2024.

Numa primeira fase, as ordens de compra serão recebidas via balcão, nos agentes intermediários do processo, designadamente Áurea – Sociedade Distribuidora de Valores Mobiliários, Banco de Fomento Angola e Standard Bank Angola, entre as 08:00 de 28 de agosto e as 15:00 de 12 de setembro deste ano.

Na sua intervenção, o presidente do conselho de administração da Sonangol, Gaspar Martins, referiu que habitualmente a empresa solicita financiamento no mercado internacional, sendo esta a primeira vez que recorre ao mercado nacional, diversificando a suas fontes de financiamento.

Segundo Martins, a Sonangol tem um conjunto de fornecedores para a sua atividade, com os quais vai contraindo dívidas e com esta emissão de dívida, em moeda local, “a liquidez é quase imediata”.

“Nós vamos fazer um escrutínio e uma seleção dos principais fornecedores e proceder à liquidação de uma boa parte dessas dívidas, o que vai ajudar a dinamizar o mercado”, frisou o presidente da Sonangol.

Gaspar Martins sublinhou que se trata de um ensaio, que inicia com 75 mil milhões de kwanzas, mas “caso o mercado possa receber mais” e a empresa tenha mais necessidade, deverão recorrer ao mercado.

“É um pequeno balão de ensaio, para nós podermos estar hoje no mercado de capitais, há um conjunto de requisitos que exigem que a empresa tenha que cumprir, primeiro a transparência, contas em dia, bem avaliadas e auditadas, de modo que todos os que façam o investimento tenham a certeza que o seu retorno esteja garantido”, vincou.

No seu discurso, o secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso, destacou o “ato histórico” para o setor empresarial público angolano, a primeira emissão de dívida obrigacionista da Sonangol e oferta pública de subscrição de obrigações.

“O Estado enquanto acionista da Sonangol está bastante confiante com este grande passo, principalmente pelo impacto positivo que esta emissão deverá ter no mercado financeiro nacional”, referiu José Barroso, sublinhando que a iniciativa visa fortalecer a base financeira do país e impulsionar o desenvolvimento económico de maneira sustentada.

José Barroso desejou que no curto e médio prazo outras empresas públicas optem por diversificar as suas fontes de financiamento e assim potencializarem ainda mais o mercado de capitais angolano.

“A Sonangol tem em nossa humilde opinião uma trajetória sólida de crescimento e rentabilidade e esta emissão irá permitir, de certeza, obter fundos que necessita para investir em projetos estratégicos, que deverão impulsionar de forma crescente e sustentável o sucesso da nossa companhia de bandeira”, disse.

O governante angolano realçou que o executivo tem o compromisso de listar a Sonangol em bolsa até 2026, constituindo esta emissão “um momento crucial” no processo que conduzirá à oferta pública inicial da empresa.

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