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Sexta, 29 Agosto 2014 16:36

Exportações portuguesas para Angola resistem a nova pauta aduaneira

Com fortes agravamentos de tarifas para alguns dos produtos portugueses importados por Angola, algumas empresas temiam um impacto violento da nova pauta aduaneira. Nalguns sectores, antecipava-se uma quebra para metade dos totais importados. Os dados que chegam de Angola, mostram, contudo, que as exportações estão a resistir.

Dados do Serviço Nacional das Alfândegas (SNA) angolano sobre o comércio externo, citados pelo jornal Expansão, indicam que no primeiro semestre deste ano, que inclui 3 meses de aplicação das tarifas, Portugal manteve posição de liderança entre os principais exportadores para Angola, com uma quota de 15,7% do mercado.

Em segundo lugar surge a China (11,7%), Singapura (11%), EUA (7,7%) e Holanda (5,6%). Grande importador de petróleo angolano, Pequim conservou o lugar de principal destino das mercadorias exportadas por Angola, com 50,4% do total. Na lista dos compradores surgem ainda Estados Unidos da América (12,1%), Índia (6,8%), Taiwan (3,7%) e Portugal, com 3% do total.

Globalmente, o valor das mercadorias exportadas por Angola caiu 37,7%, para 2,0 biliões de kwanzas. Contudo, refere o jornal angolano, a descida deve-se a mudanças na forma de contabilização das vendas de petróleo. As importações subiram 17,3%, para 1,4 bilhões.

Cervejas as mais penalizadas

Em vigor desde março, a nova pauta aduaneira insere-se na política de "angolanização" da economia, visando substituir importações por produção local, através de investimentos industriais estrangeiros.

Segundo o Africa Monitor Intelligence, as empresas portuguesas foram as principais visadas, enquanto maiores fornecedoras de produtos alimentares (águas, cervejas, refrigerantes) ou materiais de construção, admitindo-se uma redução global do valor das exportações para Angola.

No caso das cervejas, principal produto de exportação, a quebra de quota de mercado pode atingir os 50 por cento, de acordo com estimativas das empresas. A adaptação para por investimentos industriais locais, mas que apenas deverão iniciar produção entre 2015 e 2016, no melhor dos cenários.

A nova lei, adianta o AM Intelligence, tem impacto positivo para empresas exportadoras de matérias-primas que beneficiam de uma redução de tarifas, caso de malte para a indústria cervejeira, farinhas para a panificação e equipamento para vias férreas.

Africa Monitor

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