"Há um acordo sobre isso, que é uma parte perdão de dívida e a outra parte para investimentos de Angola em Moçambique. Vai-se agora afinar a identificação dos setores onde esse investimento terá lugar", disse o ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.
Oldemiro Baloi falava aos jornalistas no final da sessão de encerramento IX Comissão Mista de Cooperação Bilateral Angola-Moçambique, mas escusou-se a adiantar o montante da dívida pública moçambicana a Angola.
Este entendimento é um dos objectivos que constam, indicaram os representantes dos dois executivos nesta comissão bilateral, do acordo que resultou de três dias de reuniões e que foi assinado hoje, em Luanda, pelas duas partes.
Para corrigir o "que falhou" em comissões anteriores, Angola e Moçambique instituíram um mecanismo de "acompanhamento periódico" da concretização das decisões tomadas, com avaliações bienais que arrancam já no final do primeiro semestre de 2015.
"Os instrumentos estão aí, a vontade de trabalhar está ai. Agora que venham os resultados", enfatizou o chefe da diplomacia moçambicana, sublinhando o "relançamento" das relações entre os dois países agora concretizado.
"No domínio económico, social e cultural temos bons indicadores de acções exequíveis em prazos aceitáveis", disse ainda Oldemiro Baloi.
O ministro angolano do Planeamento e Desenvolvimento Territorial, Job Graça, - co-presidente desta comissão bilateral, juntamente com Baloi - acrescentou que a facilitação recíproca de vistos em alguns passaportes ordinários está entre os resultados alcançados neste acordo global.
"Sublinhar o entendimento para a implementação da solução encontrada para a dívida pública de Moçambique para com Angola, em termos que realizam os interesses de ambos os países", apontou Job Graça.
A comissão concluiu também um protocolo, a ser assinado "em breve", na área da Saúde, decidindo ainda a instituição de um fórum regular económico-empresarial entre os dois países.
"É a retoma do diálogo, que se encontrava, pelo menos neste formato, interrompido desde 2010 [última reunião da comissão mista], e a instituição de um mecanismo de acompanhamento da implementação dos nossos acordos e entendimentos", destacou o ministro angolano.
Lusa