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Terça, 22 Outubro 2019 13:41

Preços dos produtos da cesta básica disparam em Luanda

Os principais produtos que compõem a cesta básica, como arroz, açúcar, óleo, massa alimentar e outros, registaram nas últimas semanas uma subida de preços nos principais armazéns e mercados informais da cidade de Luanda.

Este facto foi constatado esta segunda-feira,21, pelo NJ, durante uma ronda que efectuou nos armazéns do Golf II, Viana e das "Pedrinhas" nos Congoleses.

O saco de arroz de 25 kg, que antes era vendido a 6.000 kwanzas, está a agora a custar 10.200 kz, situação que está a obrigar as famílias a recorrer à prática de "sociedade" para aquisição de um saco de arroz, coisa que antes não acontecia.

Já o saco de feijão de 25 kg, que era comercializado a 11.000 kwanzas, agora custa 13.600, enquanto o saco de farinha de trigo, que estava a ser vendido, na semana passada, a 15.000, está agora a ser vendido a 16.000 kz.

O saco de açúcar de 50 kg disparou de 13.500 para 15.000 kz, situação que fez com que muitos comerciantes alterassem o preço do quilograma dos produtos.

Por exemplo, um quilograma de arroz passou de 150 para 500 kz, o quilograma de açúcar passou de 300 para 450, enquanto o feijão está a ser vendido a 700 kz contra os 400 anteriormente praticados.

A caixa de massa alimentar, cujos preços variavam entre 2.600 e 2.800, agora passou a custar 3.700 kz, a caixa de óleo vegetal de 12 litros subiu de 6.000 para 6.700 kz.

Nos produtos congelados também houve subida de preços: a caixa de coxa de frango de 10 kg passou de 8.000 para 8.600 kz, a de entrecosto de 10 kg subiu mais 2.500 kz, ou seja, saiu dos 12.500 para os 15.000 kz.

Dois comerciantes, na zona dos Congoleses, que não quiseram ser identificados, disseram ao NjOnline que as grandes superfícies comerciais grossistas não estão a vender mais de 100 sacos de arroz aos pequenos armazenistas, e que também alteraram os preços.

"Eles dizem que por falta de divisas no mercado estão a comprar os produtos muito caros e nós não temos como não alterar os preços", explicaram.

Vários cidadãos disseram que se o Governa não travar esta subida dos produtos alimentares com urgência, o sofrimento das famílias vai aumentar.

"A situação está a ficar pior que no início da crise económica, em 2014. O novo Executivo está a corrigir o que está mal ou a piorar o que estava bem?", questionou um oficial da Marinha de Guerra Angolana (MGA) que o NJOnline encontrou a fazer compra nos armazéns do Golf II.

O chefe do Departamento de Regulação dos Preços do Ministério das Finanças, Raimundo Santa Rosa, em declarações à Rádio Nacional, defendeu a abertura de uma investigação sobre a origem dos preços da farinha de trigo, do açúcar e também do arroz, porque, segundo explicou, têm grande impacto na vida da população.

"Qualquer desvio que aconteça acima do preço de referência e acima do limite máximo estabelecido deve ser objecto de uma investigação aprofundada", disse Raimundo Santa Rosa, acrescentando que os preços do arroz e da farinha de trigo praticados nos mercados estão muito distantes dos preços de referência.

Segundo aquele responsável, há mesmo necessidade de se investigar e, se não se encontrar uma justificação plausível para que os comerciantes pratiquem preços altos, "então a investigação pode ir mais além".

De recordar que nesta segunda-feira o Ministério das Finanças (MinFin) lançou um alerta sobre a existência de uma falsa lista divulgada através das redes sociais denominada "Tabela de Preços Oficiais Actualizada (16 de Outubro) de Produtos da Cesta Básica com IVA incorporado", que contém "informação falsa" e que utiliza a estampa da insígnia da República e a inscrição "Ministério das Finanças" no seu cabeçalho para lhe conferir maior veracidade.

Na nota remetida pelo MinFin às redacções é sublinhado que estas informações "não têm qualquer respaldo legal e não devem ser tidas como regra ou procedimento a seguir, como orientação daquele Ministério, em matéria de regulação de preços". NJ

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