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Terça, 22 Outubro 2019 21:06

Desvalorização do kwanza agrava pobreza em Angola

A desvalorização do kwanza, a moeda angolana desde 2014 com a queda do preço do petróleo, fez disparar para 60% os índices de pobreza extrema e para 30% o número de desempregados.

Angola vive um crise económica e financeira desde 2014 que conduziu ao aumento do índice de pobreza no país. Nos últimos quatro anos, o país vive uma recensão económica com uma taxa de desemprego de 30%, entre estes 60% são jovens. Contudo, cerca de 60% da população angolana vive no limiar da pobreza.

As medidas macro-económicas do executivo do Presidente angolano João Lourenço não estão a responder às necessidades sociais básicas e o aumento da fome no país é uma realidade.

As medidas de austeridade de gestão orçamental e a implementação do IVA, desde o passado 1 de Outubro, provocou um aumento drástico dos produtos de primeira necessidade, que no entanto teoricamente não são abrangidos pelo IVA.

A desvalorização da moeda nacional, o desemprego e a subida dos preços dos principais produtos de primeira necessidade duplicaram. Também os protestos aumentaram nas várias regiões do país. O governo promete medidas punitivas para os especuladores.

A consultora Capital Economics prevê que a acentuada desvalorização do kwanza nos últimos dias pode agravar a dívida pública para 105% do produto interno bruto (PIB).

Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional actualizou as estimativas para os principais indicadores macro-económicos de Angola, antecipando que a dívida pública deve ficar nos 95% este ano e depois descer para 90% em 2020.

De acordo com o 'Fiscal Monitor', divulgado em Washington no âmbito dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, Angola deve ver o rácio de dívida pública subir de 89%, no ano passado, para 95% este ano.

Nos próximos anos, Angola deve conseguir inverter a tendência de subida da dívida pública que deverá depois descer para 90% em 2020, e para 84,2% em 2021, continuando a cair progressivamente para chegar aos 68,3% em 2024, o último ano das previsões do FMI. RFI

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