Terça, 21 de Mai de 2024
Follow Us

Quarta, 20 Abril 2016 21:24

Governo Angolano reconhece situação difícil dos bolseiros no exterior

Luanda - O ministro do Ensino Superior, Adão do Nascimento, reconheceu hoje, quarta-feira, em Luanda, difícil a situação dos bolseiros angolanos no exterior do país em função da crise financeira e o pagamento das bolsas dos estudantes angolanos no exterior até Março deste ano e afirmou que o Executivo está mobilizado a trabalhar para resolver e regularizar o problema com que os bolseiros angolanos se debatem.

Para os casos em concreto, a tramitação está feita até ao mês de Março. “O que se precisa agora é conseguir fazer as transferências em função da escassez de divisas que é o principal problema”, disse. O actual quadro económico e financeiro que o país atravessa acaba por ser desfavorável à aceleração do processo de pagamento dos atrasados. “Reconhecemos que a situação é difícil, pois são muitos meses em atraso.” 

O Executivo está a par da situação. Numa altura de escassez de divisas, notou, é importante que as transferências cheguem ao destino. 

Para o efeito, o ministro anunciou para o próximo mês a entrada do BAI e BCI para facilitar o processo de transferência de remessas aos estudantes angolanos no exterior e referiu que o BNA tem dotações específicas para dar resposta à situação. Alguns atrasados estão a ser pagos, apesar das dificuldades. Na Rússia já foram pagos os meses de Setembro e Outubro do ano passado, ao passo que na China os de Novembro e Dezembro. Em Cuba foram liquidados os pagamentos de Setembro e Outubro, Ucrânia os de Novembro e Dezembro e África do Sul os pagamentos de Julho e Agosto. 

Em França, apenas para alguns estudantes, foram liquidados os meses de Novembro e Dezembro e para outros, Outubro e Novembro, e na Inglaterra, igualmente para alguns, foram pagos até Dezembro e outros, Outubro e Novembro. 

No que toca às bolsas, o ministro disse que o país tem 5.598 estudantes no exterior, dos quais 37,9 por cento são mulheres.

Das bolsas externas, 52 por cento dos estudantes estão a frequentar cursos ligados às áreas das ciências, engenharias e tecnologias, enquanto 32 por cento frequentam cursos relacionados com as áreas das ciências médicas e saúde, dez por cento em ciências humanas, artes e letras e cinco por cento nas ciências da educação. 

Quanto às bolsas internas, os cursos de ciências, engenharia e tecnologia continuam a ter algum peso, pois das 24.613 bolsas, 29 por cento recaem para as áreas de ciências, engenharias e tecnologias e 29 por cento para as ciências humanas, artes e letras, ao passo que 23 por cento para as ciências da educação e 18 para ciências médicas e saúde.  

Em relação às bolsas de estudo internas para os cursos que vieram a ser notificados como ilegais, Adão Nascimento disse os estudantes que viram os seus cursos regularizados podem candidatar-se pela primeira vez ou renovar a sua condição de bolseiros. O processo está a decorrer e tem a duração de um mês. 

O ministro referiu que o ensino superior conta com 64 instituições, sendo 24 públicas e 40 privadas. Estas instituições são suportadas por 8.660 professores. Deste número, 3.760 são de universidades públicas e 4.873 são de instituições privadas. Em termos de resultados, o ministro disse que este ano vão ser outorgados 14.437 diplomas.

Para ministro do Ensino Superior, o envio de discentes angolanos no exterior responde as necessidades de quadros especializados no mercado nacional, tendo em conta o processo de desenvolvimento do país, afirmou hoje, quarta-feira, em Luanda, o ministro do Ensino Superior, Adão do Nascimento.

De acordo com o ministro, a formação no exterior deve ser vista do ponto de vista estratégico, fruto da capacitação que se quer dos quadros angolanos.

Referiu que, apesar do mercado nacional garantir condições de formação, não se deve, no entanto, esquecer o envio de estudantes ao estrangeiro para a aquisição de conhecimentos que possam, no futuro, contribuir na elevação do auto-conhecimento dos angolanos.

© ANGOP

 

Rate this item
(0 votes)