A baixa taxa de funcionamento deve-se a vários fatores estruturais e operacionais, desde a rápida degradação dos veículos até dificuldades financeiras das empresas responsáveis pela gestão e manutenção.
Entre as principais razões apontadas para o elevado número de autocarros avariados ou imobilizados destacam-se: manutenção insuficiente ou irregular por parte das operadoras, que não conseguem seguir os planos técnicos recomendados; falta de infra-estruturas adequadas, como faixas exclusivas ou corredores dedicados ao transporte público, que reduziriam o desgaste dos veículos; más condições das estradas, que aceleram a degradação mecânica e diminuem a vida útil média dos autocarros de cinco para aproximadamente três anos; dificuldades económico-financeiras das empresas de transporte, que enfrentam obstáculos para reparar avarias e renovar a frota.
Com cerca de 60% da frota parada, os efeitos para os passageiros são visíveis em várias províncias, apenas metade das viagens diárias previstas chega a ser realizada por cada autocarro, sobretudo devido à falta de corredores dedicados.
Em Luanda, foram adquiridos mais de mil autocarros, mas uma parte significativa encontra-se avariada ou fora de serviço.
Episódios de vandalização e tumultos recentes agravaram a situação, provocando danos materiais, interrupções temporárias dos serviços e mais pressão sobre as empresas públicas e privadas do sector.
O Governo prevê a entrada em circulação de novos autocarros e reafirma a intenção de investir em soluções estruturantes para melhorar a mobilidade urbana. Entre os projectos em estudo e implementação destaca-se o metro de superfície, apontado como peça-chave para reorganizar e diversificar a oferta de transporte colectivo nos próximos anos.

