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Terça, 29 Setembro 2020 12:04

China diz que acordo sobre dívida de Angola está para "muito breve"

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse hoje que o acordo de reestruturação da dívida de Angola será assinado muito em breve, no âmbito da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI).

"Neste momento, um acordo de reestruturação da dívida foi basicamente alcançado", disse o porta-voz durante a conferência de imprensa diária do MNE chinês.

"É expectável que o acordo seja assinado muito em breve", acrescentou, citado pela agência de informação financeira Bloomberg, acrescentando que o Banco de Exportações e Importações da China ofereceu assistência para ajuda financeira de emergência através do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas sem adiantar pormenores.

O porta-voz referiu que "a China está a fazer o seu melhor para ajudar Angola a lidar com as dificuldades", precisando que os credores não oficiais estão também em "consultas ativas" com Angola.

O Presidente de Angola, João Lourenço, de acordo com a Bloomberg, falou na sexta-feira com o seu homólogo chinês Xi Jinping.

Na sequência da decisão das três agências de 'rating' de descerem a opinião sobre a qualidade do crédito soberano de Angola, o Ministério das Finanças emitiu, no dia 12, um comunicado no qual confirmava negociações com a China para o alívio da dívida, mas sem confirmar os valores nem os prazos envolvidos.

As autoridades angolanas estão a “progredir na implementação da reformulação de perfis de alguns facilitadores de financiamento apoiados pelo petróleo, decisão tomada para melhor refletir o ambiente de mercado atual e proporcionar um considerável alívio da dívida, mantendo a obtenção de petróleo a longo prazo", segundo o documento.

O custo de servir a dívida pública de Angola deverá aproximar-se dos 7 mil milhões de dólares (quase 6 mil milhões de euros), ou 12,3% do PIB, este ano, mas 2,5 mil milhões de dólares (2,1 mil milhões de euros) em dívida bilateral deverá ser reestruturada, no seguimento do acordo alcançado com o Clube de Paris, que servirá de exemplo para outros credores oficiais, nomeadamente a China, que detém mais de 40% da dívida externa do país, acrescenta a Fitch Ratings, na mais recente avaliação da economia do país.

Os restantes 4,4 mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de euros) deverão ser pagos "através de uma combinação de empréstimos multilaterais, recurso ao fundo soberano e às reservas externas".

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