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Terça, 29 Setembro 2020 17:11

Mundial Seguros em falência técnica arrisca intervenção estatal

A companhia seguradora esteve anos sem aprovar relatório e contas anuais. Recentemente divulgou números de 2013 a 2017, encontrando-se atualmente em falência técnica.

A angolana Mundial Seguros (Amuse) dispõe de seis meses para angariar recursos que permitam injetar 5000 milhões de kwanzas (pouco mais de oito milhões de dólares) em reforço de capital, evitando assim a falência e consequente intervenção estatal que colocará a seguradora na lista de ativos a privatizar.

Se falhar o cumprimento da exigência de capital – que visa reequilibrar o rácio de solvência da entidade – a companhia tem destino traçado. Para evitar tal desfecho, conta o Jornal de Angola, está a ser preparado um concurso para contratação de serviços de consultoria especializada para, no prazo de um ano, avaliar o valor real da Amuse, cujo balanço apresenta problemas.

O Banco de Poupança de Crédito (BPC), acionista maioritário com 70% dos direitos de voto, é peça central no processo que poderá levar à intervenção do Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE) ao ponto de, se a companhia não for salva, integrar a lista de ativos do Programa de Privatizações (PROPRIV).

Recentemente, reporta o órgão de comunicação angolano, a Assembleia Geral da seguradora aprovou relatórios e contas de 2013 a 2017, mas desde 2015 não cumpria a obrigação legal cometida aos órgãos de gestão no que respeita ao procedimento igualmente previsto nos estatutos da seguradora.

A Mundial Seguros foi constituída em fevereiro de 2006, ao abrigo do diploma legal de 15 de março deste ano, e, mais tarde, foi licenciada pela Supervisão de Seguros (Arseg).

Fontes não oficiais indicam que, a seguradora, cujo capital era inicialmente liderado pelo BPC com participação de 56%, começou por ser liderada por Paixão António Júnior em representação da instituição de crédito. Três anos depois da constituição da Mundial Seguros, alterações na estrutura acionista instalaram desconfiança sobre o controlo societário da seguradora. Paixão Júnior foi presidente do CA do banco até 2017.

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