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Quinta, 16 Junho 2016 10:07

Petrolífera: Trabalhadores ameaçam parar se não houver actualização salarial ao câmbio do BNA

Ainda a ajustar-se ao novo "normal" do preço do barril do petróleo, o sector petrolífero já se depara com outra prova de resistência: O risco de paralisação dos trabalhadores, que ameaçam entrar em greve se os salários base - indexados ao dólar - não forem actualizados segundo a taxa de câmbio do Banco Nacional de Angola, divulgada diariamente.

A exigência dos profissionais dos Petróleos, representados pelo Sindicato dos Trabalhadores Organizados do Sector Petrolífero de Angola e Afins (STOSPA), traduziu-se já num aviso de greve geral na empresa Pride Ensco, que só não se chegou a cumprir por determinação judicial.

O cancelamento da paralisação, que estava convocada para a passada sexta-feira, 10, deveria ter dado início a uma nova ronda negocial entre a direcção da firma e os trabalhadores, adiantou ao Novo Jornal online um dos funcionários descontentes, acrescentando que as expectativas de um entendimento foram, "uma vez mais", goradas.

"Como é que nos convidam para conversar num momento e antes mesmo disso acontecer já estão a instaurar processos disciplinares aos nossos líderes sindicais e a suspendê-los?", questiona o quadro da Pride Ensco, que falou sob condição de anonimato.

Segundo a mesma fonte, na sequência da penalização dos seus representantes, um número ainda indeterminado de trabalhadores avançou para a paralisação das operações na terça-feira, como forma de demonstrar a sua solidariedade.

A informação foi confirmada por fonte oficial do STOSPA, que, no entanto, até à tarde de ontem, 15, continuava à espera de uma comunicação da direcção da empresa. O Novo Jornal online também tentou obter uma resposta da firma, contudo sem sucesso.

"Sabemos que há trabalhadores nacionais parados em três plataformas, porque os próprios nos informaram. Mas deveria ser a firma a fazer isso", defende o Sindicato, lamentando a falta de interesse no diálogo.

"Estamos indignados pela falta de vontade negocial por parte da Direcção Geral [da Pride Ensco], uma vez que não está em causa o Acordo Colectivo, mas sim a revisão da taxa cambial", sublinham os sindicalistas, num comunicado distribuído aos seus associados.

Lembrando que "a perda constante de poder de compra" dos trabalhadores já se arrasta há mais de um ano, face à desvalorização do kwanza, o STOSPA recorda ainda o que diz o regime cambial do BNA, no caso de salários indexados a moeda estrangeira.

"Devem ter como referência base a taxa câmbio divulgada diariamente pelo BNA", reforça o sindicato, firme na reivindicação: Ou as empresas pagam, ou os trabalhadores param.

© Novo Jornal

 

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