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Quinta, 16 Junho 2016 08:45

Polícia portuguesa desmantela "fábrica" de dinheiro falso, que teria Angola na rota

Usavam impressora 3D em esquema de falsificação de moeda Usavam impressora 3D em esquema de falsificação de moeda

Usavam impressora 3D em esquema de falsificação de moeda

Era uma autêntica fabriqueta com tudo preparado para produzir e introduzir notas de 500 euros e moedas de um e dois euros falsas no mercado. Falsários tinham impressora 3D para fazer os moldes.

A Polícia Judiciária (PJ) do Porto apreendeu o arsenal, inédito em Portugal, e deteve os três "artífices" do esquema, em Braga, Barcelos e Aveiro, ao fim de uma investigação iniciada há dois anos.

O trio desmantelado pela PJ explorava duas inovações: fabricava moedas com instrumentos expressamente construídos para o efeito e utilizava uma impressora 3D (três dimensões) na construção de moldes que iriam permitir o fabrico das notas de 500 euros com elevado grau de perfeição.

Cada um dos detidos tinha o seu papel na discreta organização. O mentor do esquema de falsificação é um artesão, de 58 anos, cadastrado que esteve detido em 2002, e é considerado o maior especialista em Portugal no fabrico de euros falsos. Só que a este indivíduo faltavam conhecimentos de informática, o que o levou a "contratar" um especialista na matéria, de 29 anos. Era a este elemento que competia a tarefa de elaborar os moldes essenciais para a construção e posterior impressão de notas de 500 euros.

O material estava escondido em Braga, tendo sido ainda apreendido papel e folhas prateadas destinadas a inserir os hologramas nas notas. "É de salientar o preciosismo e a preocupação de maximizar a qualidade das notas", sublinha Damiana Neves, coordenadora da secção de investigação de crime económico da PJ do Porto.

Sobre o destino das notas e moedas contrafeitas, a PJ refere ter a "suspeita" de que a moeda falsa, além de ser posta a circular em Portugal, destinar-se-ia a países do Leste europeu, a Angola e a Moçambique.

Elaborado era ainda o estratagema destinado ao fabrico de moedas de dois euros. Os falsários conseguiram criar cunhos para gravar as faces em metal dourado, replicando as moedas verdadeiras.

Para completar o processo de fabrico das moedas, o mentor do esquema inventou uma máquina que servia para dar o toque final: depois de cunhadas, eram colocadas os aros metálicos, de cor distinta, em redor das faces em metal dourado. Mesmo o rebordo e ranhuras das moedas falsas eram muito parecidos com os das verdadeiras. As diferenças centravam-se, apenas, em algumas imperfeições, no peso (ligeiramente inferior ao das reais) e na circunstância de as moedas falsas não serem magnéticas.

A PJ detetou algumas destas moedas de um e dois euros em circulação. E tem informações de que seriam comercializadas a metade do seu valor facial.

Os três detidos serão hoje interrogados no Tribunal de Instrução Criminal do Porto para aplicação de medidas de coação. 

Jornal de Notícias.

 

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