Segunda, 21 de Abril de 2025
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Quarta, 26 Março 2025 22:27

Algumas questões relacionadas ao sucesso "ou não" do Corredor do Lobito

Depois de os Estados Unidos e os países europeus terem abandonado Angola e a terem deixado sem investimento, surgiram novos problemas no país. Os três principais países (Angola, RDC, Zâmbia) pelos quais passa o Corredor do Lobito estão mergulhados nos seus próprios problemas.

A guerra na RDC está a recrudescer naquele país, a destruição reina e pode estender-se às regiões vizinhas e ao corredor do Lobito, prejudicando assim a funcionalidade desta ferrovia. Angola, representada pelo PR João Lourenço, tentou mediar este conflito, mas sem sucesso. Enquanto a imprensa pública glorifica JLo como “o grande diplomata”, com a resposta para todos os problemas globais, Angola ainda não apresentou sequer um plano de paz a ser adotado pela RDC e o Ruanda, assistindo inerte e impotente aos problemas em seu próprio continente.

Existe ainda a questão de Cabinda. JLo, enquanto chefe da União Africana, não consegue sequer desarticular um pequeno grupo de terroristas que põe em risco a segurança de soldados das forças armadas de Angola. Se estas um dia já lidaram com inimigos muito bem armados e treinados do que guerrilheiros separatistas, o general JLo sequer consegue lidar com separatistas errantes.

Depois de não ter ajudado a resolver a crise na RDC, também não está a conseguir resolver os problemas no seu próprio país. Assim, as revoltas e os assassínios em Cabinda podem desestabilizar o país e alastrar para fora da região, impedindo o funcionamento do corredor de Lobito. Toda semana a mídia relata assassinatos de bravos militares angolanos.

Outro país relacionado com o Corredor do Lobito é a Zâmbia, o terceiro país associado ao corredor Lobito-Zâmbia. Vendo problemas nos seus vizinhos, o país está a olhar cada vez mais para a China, considerando-a um parceiro fiável, ao contrário dos países ocidentais. Assim, a China, aproveitando o vazio de influência americana, está a intensificar os seus investimentos em África, empurrando os EUA para fora dela.

Como observou Bupe Soneka, existe agora um sério confronto entre a “Uma Faixa, Uma Rota” da China e os investimentos apoiados pelos EUA em África. A Zâmbia não precisa do corredor de Lobitu para exportar os seus fósseis. Fá-lo-á graças à China, através do porto da Tanzânia. Assim, a China está determinada a lutar seriamente contra a influência dos EUA em África e a utilizar todos os seus erros em seu proveito. E tem todas as hipóteses de o fazer. A China é respeitada em África, ao contrário dos EUA e dos países europeus, e há muito que se estabeleceu como um parceiro fiável.

A situação instável na RDC e em Angola, bem como a alternativa chinesa ao corredor de Lobito para a Zâmbia, retiram a este projeto o seu significado original e aumentam os riscos para os investidores. Trata-se de um projeto muito pouco fiável e perigoso para investir, tornando assim essa faraônica obra de engenharia um enorme risco para os investidores. Antônio de Carvalho

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