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Segunda, 19 Fevereiro 2024 16:00

UNTA considera ‘chocante’ posição da Federação dos Trabalhadores da Função Pública de não adesão à greve

O secretário-geral da UNTA, José Joaquim Laurindo, considera “chocante” os pronunciamentos do líder da Federação dos Trabalhadores da Administração Pública e Serviços, Custódio Cupessala, que desaconselha os trabalhadores do regime geral a não aderirem à greve anunciada pelas centrais sindicais, por achar prematura em função das negociações em curso.

O sindicalista, que reagia à notícia veiculada por este jornal na edição de Quinta-feira, reiterou a posição de greve das três centrais sindicais, embora não tenha avançado uma data indicativa.

José Joaquim Laurindo, que falava a uma rádio local via telefónica fora do país, considera a posição tomada por Custódio de ‘unipessoal’, por não ter sido aprovada por nenhum um órgão colegial, de tal modo que não deva ser vinculativa.

“O que ele fala não vincula a Federação, está a dizer ele, como Custódio Cupessala”, adverte o sindicalista, tendo assegurado, porém, que a UNTA tem mantido contacto regular com os sindicatos provinciais e garante que ninguém alinha com o pensamento do secretário-geral da Federação dos Trabalhadores da Administração Pública e Serviços.

O líder sindical suspeita que Custódio Cupessala não tenha feito o pronunciamento no seu perfeito juízo, a julgar pelo facto de ele próprio ser parte integrante da comissão negociadora indicada pela UNTA-CS e, por conta disso, ataca o seu colega.

“Isso parece de uma pessoa que está frustrada de alguma situação. Há pessoas que, na emoção de um almoço muito bem feito, falam o que falam.

Acho que não é correcto. Ele é infeliz no que diz”, refere. O secretário-geral da UNTA-CS deixa claro que as declarações de Cupessala em nada condicionam à pretensão de greve, recentemente anunciada, e que os sindicalistas de todo o país vão ser mobilizados para valerem em conta tais pronunciamentos.

“Eu quero deixar aqui bem claro que as três sindicais não convocaram ainda nenhuma greve. Há uma decisão da greve tomada no dia 24 de Novembro do ano transacto, que se mantém de pé, as negociações continuam.

Se ele estiver a ouvir, para dizer que não sabe, Segunda-feira, vai haver negociação, ele deve estar lá (em Luanda)”.

Ele acrescenta que há possibilidade de negociação até final deste mês, e reitera, por agora, a inexistência de uma data indicativa para se avançar com a greve.

“Eu repito: claro que não está descartada uma greve geral no país, mas não foi anunciada, nem foi declarada”, contraria.

Custódio Cupessala apresenta como argumento, para se demarcar da pretensão de greve anunciada pelas centrais sindicais, o facto de não estar salvaguardado, nas reivindicações, os interesses de alguns filiados seus, argumentando que esses líderes sindicais têm as atenções viradas, fundamentalmente, para o salário mínimo, na ordem dos 250 mil kwanzas, de modo a fazer face ao custo da cesta básica.

Entretanto, José Laurindo assegura que as reivindicações de todos os segmentos da classe trabalhadora foram incorporadas caderno.

“Incluindo o sector privado. Penso que o que ele está a dizer não deve ser levado em consideração.

Como estamos num país com liberdade de expressão, ele é livre de se expressar.

Aproveito para dizer aqui a todos os camaradas, dirigentes das estruturas que dia 24 deste mês haverá uma assembleia que decorrerão em todas as províncias”, convida o sindicalista. OPAIS

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