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Terça, 08 Fevereiro 2022 12:28

Omunga lança campanha cívica para exigir “transparência e lisura" nas eleições angolanas

A Associação Omunga, organização da sociedade civil angolana, lançou a campanha de educação cívica “2022 – O Meu Voto é Sério”, para exigir “maior transparência e lisura no processo das eleições gerais que Angola realiza em agosto deste ano.

De acordo com uma nota da Omunga, esta campanha vai permitir que os cidadãos manifestem a sua opinião sobre o sentimento e a importância do processo.

Em declarações hoje à agência Lusa, o diretor-executivo da Omunga, João Malavindele Manuel, disse que a campanha vai desenvolver-se na prática ouvindo os cidadãos, através de palestras e indo ao encontro das pessoas nas comunidades, realizar vídeos e colocar a circular nas redes sociais sobretudo.

“Estamos a falar de um projeto que não tem financiamentos, estamos a fazer com os nossos meios próprios e dentro daquilo que são as nossas capacidades financeiras e humanas”, disse João Malavindele Manuel, salientando que a campanha vai decorrer até 30 dias antes das eleições.

A realização das eleições gerais angolanas está prevista para a segunda quinzena de agosto deste ano.

O objetivo é “apelar a todas instituições sociais, particularmente os partidos políticos, a promoverem a cultura de paz e tolerância no seio dos seus militantes, adotando a comunicação não violenta”, refere ainda a associação Omunga na sua nota.

Segundo o ativista cívico, tem havido da parte dos políticos algum excesso nas declarações, dando o exemplo dos incidentes do dia 10 de janeiro deste ano, na sequência de uma greve de taxistas, em Luanda, que acabou em atos de violência.

“Os políticos fizeram acusações mútuas, acho que esse tipo de discurso neste momento, neste contexto, em que estamos a enfrentar coisas como a pandemia, já não ajuda. Sobretudo no processo de reconciliação nacional que há muito se fala e cada vez mais sentimos que estamos distantes”, referiu.

João Malavindele Manuel frisou que com esta campanha pretendem mostrar aos cidadãos que é importante participar no processo eleitoral, “porque é a partir daí que podem demonstrar que só através da participação podem também ajudar na mudança que se pretende para o país”.

“Fazer com que os próprios cidadãos também se apropriem do processo, que eu também sou importante nesse processo, que para que amanhã tenhamos deputados, Presidente e vice-presidente é porque eu, como cidadão, participei”, sublinhou.

Na nota, a associação apela ao Estado angolano para que melhore as condições para que os cidadãos possam aderir à atualização do registo eleitoral sem sobressaltos e a garantia da transparência no processo.

Aos cidadãos, a organização apela para que adiram ao processo de atualização do registo eleitoral, para que possam exercer o seu direito de voto e a sua consciencialização sobre a importância do voto na consolidação da democracia e melhoria das condições de vida.

No documento, é feito igualmente um apelo para a imparcialidade dos órgãos de comunicação públicos, para a desburocratização do credenciamento dos observadores eleitorais nacionais e para que o Tribunal Constitucional “seja apenas um mero espetador”.

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