Terça, 19 de Agosto de 2025
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Terça, 19 Agosto 2025 14:14

Membro da Comissão Política do PHA desmente destituição da “Bela” Malaquias

O Partido Humanista de Angola (PHA) vive dias de forte turbulência política, com posições antagónicas entre dirigentes sobre a liderança da sua presidente, Florbela Malaquias, originária de todo este imbróglio.

Em declarações à Rádio Nacional da Angola, Roque Sozinho, que se apresentou como membro da Comissão Política do PHA, refutou as informações que dão conta da alegada destituição da líder do partido, Florbela Catarina Malaquias, frisando que só a convenção marcada para o dia 30 de Agosto poderá decidir a sua continuidade ou não na presidência da organização.

“A presidente do Partido Humanista de Angola só deixará de ser a doutora Florbela por via da convenção. O órgão máximo do nosso partido é a convenção. É nessa convenção que os membros vão decidir se continuam ou não com a doutora Florbela como presidente”, afirmou.

Na ocasião, Roque Sozinho acusou alguns dirigentes “de quererem assumir a direcção do partido por vias ilegais”, desrespeitando as decisões do Tribunal Constitucional, ao mesmo tempo que reconheceu a existência de uma crise interna, mas grantiu que o PHA continua a preparar-se para ser uma alternativa nas eleições gerais de 2027.

"Não podemos aceitar que um comunicado partilhado nas redes sociais ou nos grupos de WhatsApp funcione como mecanismo eficaz para destituir uma presidente legalmente eleita", reforçou.

Contestação interna

Entretanto, em sentido contrário, Nsimba Luwawa, membro da Comissão Política Nacional do PHA, assegura que a destituição de Florbela Malakias já foi deliberada. Segundo ele, 25 membros reunidos em quórum decidiram afastar a presidente, medida que já foi comunicada junto do Tribunal Constitucional.

"Se a presidente achar que a nossa deliberação está eivada de vícío, que siga para o tribunal. É a instância ideal para resolver qualquer conflito. Mas achamos que ela não vai, porque sabe que estamos certos. Nós já impugnamos a convenção convocada. Reafirmamos a decisão tomada no último sábado", declarou.

Nsimba Luwawa criticou ainda a intervenção de Roque Sozinho, vogal da direcção do PHA, que, não raras vezes, se pronuncia publicamente sobre o caso em defesa de Florbela Malakias. "O Roque é apenas vogal, não toma qualquer iniciativa. Não está autorizado a falar em nome do Partido. Nem a presidente nem o seu vogal parecem conhecer os estatutos do PHA", afirmou.

Possível extinção do partido

O membro da Comissão Política Nacional foi mais longe, tendo admitido que os estatutos permitem até a medida mais radical a extinção do partido, caso os membros entendam que não há condições para a sua continuidade.

"Podemos recorrer à medida mais gravosa, que é a convenção deliberar para a extinção do partido. Não vamos permitir que o PHA seja liderado por alguém que se sirva do partido e não o contrário", concluiu.

A menos de duas semanas da convenção, a disputa em torno da liderança de Florbela Malaquias ameaça agravar ainda mais a instabilidade interna do PHA, o que coloca em risco o futuro imediato do partido surgido em 2022, e que tem assento no Parlamento, por via das eleições gerais do mesmo ano. OPAIS

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