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Terça, 06 Agosto 2024 18:53

Oposição acusa MPLA de violar o regimento interno do Parlamento ao impor a discussão na especialidade da divisão da província de Luanda

A oposição acusou esta terça-feira, 06, o Grupo Parlamentar do MPLA de violar o regimento interno da Assembleia Nacional, ao impor na agenda de trabalho, a discussão da proposta sobre a divisão da província de Luanda em duas, quando se preparava o debate na especialidade da Proposta de Lei da Divisão Política Administrativa (DPA) de Angola, já aprovada na generalidade.

A oposição, pela voz do deputado Liberty Chiyaka, afirmou que a matéria sobre a divisão da província de Luanda não pode ser agendado porque não passou em nenhuma plenária na Assembleia Nacional.

"O MPLA aproveitou para introduzir a divisão da província de Luanda no dia que estava agendado para a discussão na especialidade da Proposta de Divisão Política Administrativa (DPA) de Angola, já aprovada na generalidade. Isso viola o regimento interno da Assembleia Nacional", argumentou o líder do Grupo Parlamentar do MPLA.

De acordo com o deputado da UNITA, questões estruturantes do País devem ser discutidas sem paixão partidária, pelo que exigem diálogo.

"O documento sobre a divisão da província de Luanda não foi distribuído antecipadamente. Por isso, pedimos cinco dias para o Executivo apresentar os argumentos da divisão da província", acrescentou.

Em reacção, o deputado do MPLA, Virgílio Tchiova, negou a violação do regimento interno do Parlamento, argumentando que em várias legislaturas houve igualmente emendas de alguns pontos na agenda do Parlamento.

"Não é a primeira vez que isto acontece. Nas legislaturas anteriores já houve introdução de documentos, à semelhança deste", disse.

No documento apresentado pelo deputado Paulo de Carvalho, o MPLA propôs a divisão da capital em duas províncias, nomeadamente de Luanda e de Icolo e Bengo.

Segundo a proposta do MPLA, a província de Luanda, que também continuará a ser a capital do País, terá 16 municípios, Ingombota, Cacuaco (com as comunas Cacuaco e Kikolo), Cazenga (com as comunas Cazenga e Kima Kieza), Viana, Belas (com as comunas Barra do Cuanza, Cabolombo e Ramiros), Kilamba Kiaxi (com as comunas do Golf e Nova Vida), Talatona (com as comunas do Benfica e Talatona), Mussulo, Sambizanga, Rangel, Maianga, Samba, Camama, Mulenvos, Kilamba (com as comunas do Kilamba e Vila Flor) e do Hoji-ya-Henda.

A província de Icolo e Bengo, com sede na vila de Catete, passaria a ter sete municípios e 11 comunas, nomeadamente Icolo e Bengo (com as comunas de Catete, Cassoneca, Caculo Cahango e Caxicane), Quissama (com as comunas da Muxima, Kixinje, Demba Xio e Mumbundo), Calumbo, Cabiri, Cabo Ledo e Bom Jesus e o município do Sequele.

A consulta feita pelo Grupo Parlamentar do MPLA contou com dez sessões e a participação de dez mil pessoas, a maioria de acordo com a divisão da província, segundo o MPLA.

Refira-se que, em Fevereiro deste ano, os deputados haviam aprovado, na generalidade, a Proposta de Lei da Divisão Político-Administrativa (DPA).

O diploma prevê a criação de duas novas unidades territoriais de nível provincial, as quais resultarão da divisão da província do Moxico, passando a existir duas: Moxico e Cassai-Zambeze) e do Cuando Cubango (passando a existir duas: províncias do Cuando e do Cubango).

Com a nova divisão político-administrativa, Angola passará a ser constituída por 20 províncias, 325 municípios e 375 comunas. NJ

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