“Apelamos a todas as partes para que se expressem pacificamente e que resolvam quaisquer reclamações de acordo com os preceitos legais aplicáveis ao abrigo da lei angolana”, disse o gabinete do porta-voz do Departamento de Estado em comunicado.
Segundo a mesma nota, os Estados Unidos da América (EUA) “observaram a ampla participação” dos angolanos nas eleições de quarta-feira e continuarão a “acompanhar de perto o processo eleitoral”.
“Ansiamos trabalhar juntos no caminho por uma Angola mais segura e próspera para todos”, acrescentou o gabinete do Governo norte-americano.
Segundo dados divulgados pela CNE, o MPLA venceu as eleições em Angola com 51,17% dos votos contra 43,95% da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), segundo os resultados definitivos anunciados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE).
Segundo os dados apresentados, votaram 44,82% dos 14,4 milhões de eleitores, com 1,67% de votos brancos e 1,15% de votos nulos.
O MPLA arrecadou 3.209.429 de votos, elegendo 124 deputados, e a UNITA conquistou 2.756.786 votos, garantindo 90 deputados.
O plenário da CNE proclamou assim Presidente da República de Angola, João Lourenço, cabeça de lista do MPLA, o partido mais votado e vice-presidente, Esperança da Costa, segunda da lista do MPLA.
Os resultados divulgados confirmam os dados provisórios anunciados na sexta-feira que apontavam já para a vitória do MPLA, que a UNITA contesta.
O Partido da Renovação Social (PRS) é o terceiro partido mais votado com 1,14% do total, elegendo dois deputados, seguindo-se a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), também com dois assentos parlamentares e 1,06% dos votos.
O Partido Humanista de Angola (PHA) é a nova formação política do parlamento angolano, estreando-se com dois deputados depois de conquistar uma votação de 1,02%.
A Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), que tinha 16 parlamentares, perde todos os assentos, não indo além dos 0,76% dos votos.
A Aliança Patriótica Nacional (APN) e o Partido Nacionalista para a Justiça (P-Njango) são os outros dois partidos concorrentes que não conseguiram mandatos e ficaram abaixo de 0,50% devendo ser declarados extintos.
Foram escrutinadas 26.488 mesas de votos distribuídas nos 164 municípios correspondentes a 18 províncias do país e 45 mesas de votos distribuídas na diáspora (África do Sul, Alemanha, Bélgica, Brasil, Congo, Republica Democrática do Congo, França, Holanda, Namíbia, Portugal, Zâmbia e Grã-Bretanha).
No entanto, o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, contestou na sexta-feira a vitória do MPLA e pediu uma comissão internacional para comparar as atas eleitorais na posse do partido com as da CNE.
As autoridades angolanas têm reforçado o policiamento em zonas sensíveis da cidade e têm impedido a realização de qualquer manifestação de opositores ou ativistas contra os resultados das eleições de 24 de agosto.