A corrupção em Angola continuará a ganhar batalhas e a ter êxitos, enquanto o nosso medo de cidadão existir e estar fundamentado no equivoco de que protestar contra o governo é um instrumento que atiça o conflito entre o poder governamental e a oposição, ou os partidos que tradicionalmente se opuseram ao MPLA.
Os editoriais do Jornal de Angola a desancar Portugal são insuportáveis. A forma é gongórica, o tom arrogante, a visão distorcida, a sabujice evidente, a parolice risível. Aquilo lembra a escola do pós-guerra do Diário da Manhã, num exercício de jornalismo falsamente legitimado pelos interesses da Pátria e interpretado por uma moral política inspirada em Salazar. Isto quer dizer que Portugal se tem portado bem com Angola? Não.
O silencio absoluto, do ditador José Eduardo dos Santos-MPLA, sobre o actual tema candente em Angola, referente ao Sobrinho do ditador, acusado no Brasil, de trafico de prostitutas drogas etc. pode levar as seguintes cogitações imediatas:
Ao contrário dos terroristas da UNITA que foram enquadrados à sociedade fazendo-se o uso de uma anistia para lá de criminosa. O jovem adolescente de 17 anos idade, Nito Alves, não precisa de anistia, nem de uma mão benevolente disposta a fazer favor ao mesmo por algo que ele tem de direito; primeiro, por ser menor de idade e livre de se expressar como quiser.
O Capitalismo é assim e as teorias de mercado em que ele se fundamenta para ser um regime que dá preferência ao Capital funcionam sem discriminar o que é bom e o que é mau: o acúmulo de lucro ou de capital pode vir de onde vier, não importa se seja na produção ( trabalho de verdade que dignifica o ser humano); não importa se esse capital é especulativo ( em que se vê o sacrifício do homem e/ou da natureza); o importante é gerar lucros.
Consta que foi o conteúdo deste artigo de opinião (hor@ga) de Gustavo Costa que esteve na origem da decisão dos proprietários do Novo Jornal de "queimarem" a última edição do semanário.
É um lugar comum dizer que a Justiça em Portugal não funciona. Todo o imbróglio em volta da recente tensão com Angola comprova isso mesmo. O país ficou a saber pela RTP que o Departamento Central de Investigação e Acção Penal arquivou o inquérito ao Procurador-geral de Angola, aparentemente uma das razões para o mal-estar entre os dois países. A fazer fé nas informações, o processo terá sido arquivado em Julho deste ano, dois meses antes da polémica entrevista de Rui Machete à Rádio de Angola (onde terá pedido desculpas pela situação).
Angola é a terceira maior Economia da África Subsariana. De acordo com as Nações Unidas, a população Angolana apresenta uma taxa de crescimento demográfico de 3% ao ano. O que significa que Angola em 2013 tem uma população de 20 milhões de Habitantes e terá cerca de 24 milhões de habitantes em 2020. Considerando as necessidades da população Angolana a crescer, a nossa cooperação deve privilegiar gigantes económicos e não um País minúsculo como Portugal que é um parceiro nu.