A vergonha de Joe Biden não é dos angolanos, mas a de João Lourenço é de todo angolano sim. Fica difícil a qualquer mortal, assistir o estado penoso de degradação da imagem desses atores da política internacional.
O presidente americano ao aceitar viajar para Angola, numa altura em que o processo eleitoral americano vai chegando à sua reta final, o convidado de João Lourenço deixa inúmeras interrogações pertinentes. É de notar, que o personagem que convida o americano, é um perverso ditador sanguinário, além de ser igualmente um pérfido opressor e mentiroso infame.
Já o presidente Joe Biden, apesar do desgaste que sofre pela galopante impopularidade de que goza nos estados unidos, é de concordar, que se trata de um político veterano da democracia americana. Fica deveras difícil entender, qual será a razão que levaram o presidente Joe Biden, aceitar que o seu último acto público internacional, seria visitar Angola, pela mão de um ofuscado presidente rejeitado pelo seu povo!
O último acto de um homem público com a estatura de um quase ex presidente americano, teria de ser uma saída em grande, e pela porta central da casa branca. Com direito a um grandioso discurso imaculado, generoso e de gratidão ao eleitorado que o tornou presidente dos estados unidos.
É estranho que o presidente americano aceite viajar a Angola, sem medir as possíveis consequências internas e externas para os estados unidos. Esse questionamento está fortemente entranhado na mente dos angolanos, que ainda não perceberam os reais motivos que levam o presidente americano visitar um país pobre, onde a corrupção é legitimada pelo próprio governo que diz combate-la.
Os angolanos pressupõem tratar-se de uma viagem com duas motivações. A primeira seria a de uma eventual legitimação do regime opressor e antidemocrático. A segunda razão seria a de tentar branquear a imagem permissiva e promotor da desgraça dos angolanos e promotor da corrupção generalizada em Angola.
Existem fortes indícios que levam crer, que por detrás dessa viagem, possa existir um qualquer estratagema ainda inexplicável, que poderia ser traçado ao detalhe, pelo embaixador americano e as autoridades percussoras do regime angolano.
O presidente americano poderá estar a correr o risco de ser jocosamente envergonhado futuramente ao não se permitir avaliar melhor o péssimo momento de impopularidade extrema de que goza o seu anfitrião angolano. O presidente Biden poderá ser tratado como o pior dos presidentes americanos do século vinte e um.
Entenda-se que o presidente Joe Biden, dentro de alguns meses não deixará apenas a presidência dos estados Unidos da América, o seu mandato presidencial, de igual modo, ele encerrará definitivamente a sua carreira pública para todo sempre. Por isso, essa viagem poderá ser embaraçosa para ele ao regressar aos estados unidos. Não é aceitável que o presidente da maior potência global, visite uma ditadura anacrônica, num momento crucial para a vida dos americanos.
Se se analisar essa visita a Angola, do ponto de vista social e econômico angolano, perceber-se-á, que existe uma anomalia inestendível na atmosfera política angolana. Senão vejamos, o que ganha o povo angolano com essa visita! Qual a razão por detrás das cortinas, que levam o presidente americano em aceitar correr um risco político desnecessário ao visitar uma ditadura em período eleitoral no seu país!
Para piorar ainda mais, o americano não será apresentado aos angolanos, mas apenas ao MPLA e pela mão do ditador enferrujado como João Lourenço.
Ora, para qualquer observador mais ou menos atento, essa situação, cheira a armação próprias do sistema maquiavélico do totalitarismo comunista, centrado no poder instituído pelo MPLA. Tudo seja feito para manter o poder pelo poder.
Muita gente pensa que existe um complô criado entre João Lourenço e o descendente zairense e embaixador americano Tulinabo Mushingi, para que tudo seja feito para legitimar internacionalmente o estado securitário angolano.
Por outro lado, é sim verdade, que o embaixador americano, tem-se comportado como braço político do MPLA. Ele se parece e se comporta como um verdadeiro membro do bureau político do MPLA, partido que suporta o regime corrupto no poder a 50 anos ininterruptos.
De uma coisa todo angolano tem certeza, Angola é uma terrível ditadura. Também está claro, que o regime engana e mente para ser aceite no concerto das nações. É importante não esquecer que a busca de um terceiro mandato continua e faz parte prioritária da agenda de João Lourenço. Essas verdades são de todo incontornáveis.
Essa realidade seria a motivação para que o presidente angolano não se devia empenhar com tanto afinco em trazer a Angola, o presidente americano, só para vender-lhe uma realidade estritamente enganosa e mentirosa.
É preciso não esquecer que o presidente americano foi abandonado pelos seus pares e pelo povo americano que o elevou a presidente dos estados unidos.
João Lourenço, devia ser mais cauteloso com as suas ações, sobretudo, devia observar melhor a quantas anda o país real, e entender que o MPLA não é Angola, e os angolanos não são propriedade do MPLA, nem se reveem no MPLA, menos ainda nele mesmo.
O povo é sábio e não gosta de ser enganado. O presidente do MPLA tornou-se num produto toxico para a maioria dos mais de 35 milhões de angolanos que o desprezam.
Não se pode conviver com manobras perversas nem de promessas artificias, que servem apenas como engodo para desviar as atenções do cidadão, que não quer mais conviver com estado de degradação social e de miséria e fome, que o regime lhe sujeita.
É preciso perceber desde já, que o presidente Joe Biden, não é nem será o factor garantidor, que fará com que a futura administração americana, siga à risca as políticas de cooperação externa traçadas para Angola pela administração Biden. Pensar que Biden é a solução para sanar as desventuras do regime, seria o mesmo que jogar verde para colher maduro.
Seja qual for o candidato a ser eleito como presidente nos estados unidos, certamente o presidente Biden não será o fiel da balança, que ajudará a administração eleita a seguir à risca a cooperação externa traçada pela administração americana para Angola.
A partir de agora em diante, tudo que vier a passar-se será uma autentica incógnita. Não existe nenhuma possibilidade realística da próxima administração americana, seguir as políticas de cooperação externa do presidente cessante. Toda propaganda veiculada pelo regime do MPLA a esse respeito, será fumo sem fogo e de pouca duração.
João Lourenço não terá a vida facilitada, nem poderá contar como certo qualquer apoio da democrata Kamala Harris, caso a mesma seja eleita presidente. Pois, é compreensível que assim seja, se eleita, a democrata desejará traçar o seu próprio percurso político presidencial, longe de qualquer influência do presidente cessante.
A democrata tem a sua agenda pessoal e o departamento de estado poderá não ver com bons olhos, a possibilidade de apoio irrestrito a um malandro ditador sanguinário, como presidente João Lourenço.
No passado o presidente João Lourenço, também assim se comportou, aquando da saída do poder do ex presidente José Eduardo dos Santos, o presidente João Lourenço, ao suceder-lhe, não seguiu os passos do presidente Dos Santos. Ele seguiu uma via diferente das delineadas pelo presidente cessante.
João Lourenço não alinhavou como suas, as políticas internas e de cooperação internacional que foram aplicadas nos 38 anos da presidência do líder cessante. E isso não é só admissível como também é aceitável.
Numa outra vertente, caso Donald Trump, seja o eleito, tudo começará do princípio. O republicano Donald Trump, tem uma visão mais empresarial do que política, assim sendo, ele não tolerará qualquer negócio, que envolva dinheiro do estado americano, aplicado sem qualquer ganho lucrativo imediato para os estados unidos. Simples assim.
O que vamos acompanhar a partir de agora com a farra da visita do presidente americano, será sim um precário aproveitamento político do regime. Porém, será sol de pouca dura. Essa propaganda desenfreada poderá provocar desalinhamentos entre Angola a Rússia e a China, que só é o maior financiador da ditadura de dinheiro vivo não acompanhado nem verificado.
Estamos juntos
Por Raúl Diniz