Domingo, 30 de Junho de 2024
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Quinta, 27 Junho 2024 19:42

Ajuda dos EUA cria mais uma assanhadice do MPLA de dividir Luanda em mais uma província

Estou a escrever este texto a partir da Centralidade do Kilamba (já não sei se é Kilamba com *K* ou Kilamba com *C*) por que com o MPLA tudo é possível. Também, já não sei a que Província fará parte futuramente a Centralidade do Kilamba.

Por Kamalata Numa

O primeiro desmembramento da Província de Luanda aconteceu com a constituição da Província do Bengo como unidade administrativa em 26 de Abril de 1980 com a desanexação dos Municípios do Ikolo e Bengo e Kissama da Província de Luanda e os Municípios do Pango Aluquém, Dembos e Bula Atumba da Província do Kwanza Norte.

Com o fim da guerra, pela Lei n° 29/11, de 1 de Setembro de 2011, os Municípios do Ikolo e Bengo e Kissama foram desanexados da Província do Bengo e reintegrados na de Luanda. Futuramente, se projecta a província de Ikolo e Bengo, onde constarão os Municípios de Ikolo e Bengo, Kakwaku e Viana como os próximos rejeitados da província de Luanda.

A razão da criação da Província do Bengo, prendeu-se com a progressão da guerra, naquela altura, do sul para o norte de Angola para se evitar que os ataques nas proximidades da Capital de Angola não fossem tidos como ataques a Luanda.

Mas, a UNITA, fundada na sua palavra de ordem "Menongue ponto de partida e Luanda ponto de chegada", prosseguiu a resistência contra o expansionismo Soviético e a ditadura desalmada do MPLA, culminando com a Victória do povo ao chegar a Luanda com o vigor que impôs a Soberania de uma nova República e de um novo Estado com outra cultura de fazer política, apesar de tanta resistência das forças de bloqueio do MPLA, as victórias foram se sucedendo umas atrás de outras como foi nas eleições de 2022 com a estrondosa derrota do MPLA em Luanda Capital de Angola.

Este é o facto que levou o MPLA ao pânico e de forma atrapalhada socorrer-se do expediente de recriar o que resta da antiga Luanda na lógica de tentar salvar a reputação elitista e ditatorial dos tempos da República Popular de Angola com o controle da Capital de Angola pelas forças retrógradas da DISA de triste memória e mantidas hoje com os truques politicos do criminoso Norberto Garcia e outros que aliciam com políticas fracassadas do tempo do comunismo com as lojas de dirigentes, lojas do povo e agora com sonhos que nunca se realizaram meio século depois da independência de Angola.

Também, a assanhadice do MPLA de dividir Luanda em mais uma província, só reflecte pánico. Porque, desde 2012, que o MPLA passou a perder o poder na lógica de 10% em cada eleição, tendo a UNITA suportado os sucessivos roubos em troca da paz das armas.

Chegados agora neste momento crítico de convergência do grande salto qualitativo com a victória eleitoral em 2022 e com a profunda degradação das condições políticas, económicas, sociais e culturais do povo angolano, urge manter com firmeza o movimento ascendente da victória eleitoral em 2027 com a contribuição decisiva de Luanda e outras províncias.

Rejeitados, nunca mais porque "Luanda é ponto de chegada para a independência de todos angolanos". A luta continua e a Victória é do povo.

Também, este salto qualitativo dado dentro da actual configuração administrativa, o MPLA, em Luanda, só ganhou no Município do Ikolo e Bengo e na Kissama, tendo perdido nos restantes sete Municípios cujo reflexo levou à lucubração criativa, como esta de dividir Luanda. Esses pensadores não tiveram sequer o momento de pensar dividir o estudante do PIAGET que vive na Centralidade do Kilamba que terá mais custos acrescidos nos transportes ao sair de uma província para outra. Esses pensadores já avaliaram como tratar com o comércio ambulante de Kakwaku ou Viana, neste caso os do Ikolo e Bengo, que exercem sua actividade de "Zunga" no São Paulo ou outra zona da Província de Luanda?

Agora tem-se a certeza de que o MPLA afinal não tem uma cultura política bem fundada, assim como pensadores construtores. Tem sim algumas pessoas que julgam que pensam, mas ..., os resultados têm falado por si.

Já se ouviu vezes sem conta que o Mais Velho Lúcio Lara foi o ideólogo do MPLA desde sua fundação. Ainda hoje, repete-se o mesmo monólogo de que Jú Martins é o actual ideólogo do MPLA.

Onde anda o pensamento desses ideólogos? Só dá para rir com pena do povo que tem sido dirigido há quase meio século por angolanos sem capacidade de produção do verdadeiro conhecimento que reconcilia, harmoniza e cria a riqueza em Angola para o bem estar dos angolanos.

Sem intelectuais sérios, até 2027, a situação de desgovernação de Angola e desorientação do MPLA vão piorar, mesmo com a proposta da nova divisão administrativa de Luanda as condições políticas, económicas, sociais e culturais vão galopantemente se aprofundar no meio desta confusão.

MPLA acorda, o povo de Angola amadureceu. Este povo já não vai pactuar em silêncio com as políticas que têm descaracterizado Luanda Capital de Angola com desanexações que só têm trazido mais pobreza para os rejeitados, como foi o caso da Província do Bengo que é hoje das províncias mais pobre e rural de Angola, em vez de implementar as políticas de descentralização do poder local com as eleições autárquicas. Isto, reforça a certeza deste povo de que o MPLA há muito que já não é solução para Angola.

O MPLA, hoje, é problema de todos os angolanos, mesmo dos beneficiados por sua governação. Por que a situação calamitosa de Angola conduzida para rankings e indicadores tão inferiores em relação ao continente africano e ao mundo justificam a consciência de cidadania mais solidária e não a consciência do cidadão com o meu "bolso". Por que, a lógica política da

palavra "servir" justificam outra cultura de liderança política que o MPLA não cultivou. O que o MPLA cultivou é a cultura política do "servir-se".

Angola maturou. Precisa de outra postura na concertação das nações do país e no concerto das nações do mundo.

Angola, já não deve nem pode ter espaços para acoitar os opressores, mesmo que estes tenham ajudas de potências mundiais que pressionam impor aos angolanos ditadores para terceiros mandatos, usando artifícios do voto electrónico construído e programado por estas potências.

As tácticas maquiavélicas da divisão administrativa de Luanda terão a resposta do povo da Ingombota, Kassenda, Samba, Prenda, Katambor, Samizanga, Rangel e de todo povo rejeitado e maltratado de Angola pelo MPLA se os interesses da divisão administrativa e do corredor do Lobito forem contra o interesse da "Independência de todos os angolanos".

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