Terça, 09 de Dezembro de 2025
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Terça, 09 Dezembro 2025 20:49

Alguns gestores públicos querem fazer o trabalho dos empresários e empreendedores!

Os empresários e empreendedores são a espinha dorsal de qualquer economia. São eles que geram empregos, resolvem problemas concretos da sociedade e alimentam os cofres do Estado com receitas fiscais. No entanto, em Angola, observa-se uma tendência preocupante: alguns gestores públicos parecem querer assumir o papel que cabe naturalmente ao sector privado, interferindo em áreas que deveriam ser de iniciativa empresarial.

Enquanto os empresários criam riqueza e dinamizam o mercado, a administração pública, por sua vez, consome essa riqueza em projectos e programas que, muitas vezes, não geram retorno financeiro. Essa inversão de papéis fragiliza o ecossistema económico, pois o Estado depende directamente da vitalidade empresarial para se sustentar.

O papel do Estado e o papel do empresário

Para que o equilíbrio seja mantido, o Estado deve olhar para os empresários e suas necessidades, criando condições para que estes prosperem. O papel da administração pública não é dizer ao empresário o que deve fazer, nem transformá-lo em mero consumidor de subsídios ou capacitações superficiais.

Quando o Estado se limita a capacitar sem criar condições de rentabilização, está, na prática, a formar consumidores dependentes, em vez de fomentar produtores de riqueza.

O problema da mentalidade de consumo

Um dos grandes desafios que ainda persiste entre os angolanos é a mentalidade de investir em consumo ao invés de rentabilização. Receber dinheiro do Estado e gastá-lo sem visão de investimento perpetua os mesmos problemas: falta de inovação, ausência de crescimento sustentável e dependência contínua de apoios externos.

Mesmo quando há acesso a empréstimos ou recursos financeiros significativos, a falta de cultura de rentabilização faz com que o país continue no mesmo lugar, sem avanços estruturais.

Caminho para a mudança

A verdadeira transformação exige que:

- O Estado crie políticas que favoreçam o investimento produtivo, em vez de apenas distribuir recursos.

- Os empresários sejam reconhecidos como parceiros estratégicos na construção da economia nacional.

- A sociedade abandone a lógica de consumo imediato e adote uma mentalidade de investimento e rentabilização.

Conclusão

Os gestores públicos devem compreender que o seu papel é facilitar e regular, não substituir o trabalho dos empresários. O futuro económico de Angola depende da capacidade de valorizar o empreendedorismo e de criar um ambiente em que o sector privado floresça.

Sem essa mudança de paradigma, continuaremos a ter dinheiro, empréstimos e programas, mas permaneceremos com os mesmos problemas de sempre.

Por: Tomás Alberto

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