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Quarta, 11 Agosto 2021 23:49

O MIREX e o fracasso do turismo em Angola

A globalização tornou tudo interligado: a economia internacional, o sistema financeiro internacional, os acordos comerciais bilaterais, os acordos nacionais e regionais, os acordos multinacionais e transnacionais, e acordos político-estratégicos, dando maior dinâmica e relevância a diplomacia moderna, onde esta usa todos os meios, instrumentos e mecanismos possíveis para dar maior visibilidade aos interesses da própria Nação, e nesse processo o turismo não fica de fora porque é através do turismo que grande parte dos estrangeiros ficam a saber da existência de um País.

O MIREX se levasse a sério a importância do turismo e se o MIREX tivesse funcionários altamente qualificados em propaganda, possivelmente Angola não estaria nessa profunda crise econômica que perdura desde 2014, porque o turismo é uma grande fonte de riqueza, e o nosso País tem tudo para dar certo neste aspecto, poderíamos viver só do turismo (e deixar de lado o petróleo) caso houvessem políticas eficientes para este fim, mas em parte  por causa da pouca eficiência do MIREX, o nosso turismo é um grande fracasso.

As nossas Embaixadas e Consulados precisam mudar a forma como actuam. A actual política internacional exige novas estratégias e maior empenho por parte dos diplomatas, mas a falta de programa, de mandato e de projecto político-diplomático por parte dos nossos Embaixadores, dá lugar aos maus resultados de rendas vindas do sector do turismo.

Angola é um dos Países a nível do Mundo com maiores zonas turísticas, temos mares, rios, lugares e paisagens lindas e admiráveis, o nosso Território em sí é muito grande e atraente, o que falta é um trabalho sério e coordenado, entre o Governo e o MIREX, mas o Governo está somente preocupado com o petróleo e o diamante, e o MIREX praticamente não tem tecnocratas diplomáticos altamente preparados para projectos desta dimensão, se não teríamos um cenário diferente do actual. O MIREX é incompetente, e a sua falta de seriedade e preparação em promover o Estado no estrangeiro danifica também economicamente o País.

As dezenas e centenas de milhares de dólares gastos em prol do MIREX deviam ser revistos, gastamos mais do que mostrar resultados, e a nossa forma de fazer diplomacia deve ser repensada porque traduz-se em falta de estratégias; é chegada a hora do MIREX colocar jovens competentes nas funções de Embaixadores e de Cônsules Gerais, mesmo o MIREX no seu todo precisa de mudanças e de reformas eficientes, os jovens precisam assumir o MIREX.

Eu e a Diplomacia a Diplomacia e Eu

Por Leonardo Quarenta – O Diplomata

Ph.D em Direito Constitucional e Internacional                

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