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Sexta, 30 Abril 2021 09:28

O Mirex e a diáspora angolana: o total fracasso dos diplomatas

Quando analiso a diplomacia angolana tudo que vejo é incompetência, inatividade, comodismo, falta de programa e projecto político-diplomático, nepotismo, amiguismo, familiarismo, corrupção, tráfico de influências, um lugar de aposentadoria para certas figuras do governo, e elevado analfabetismo diplomático por parte dos nossos diplomatas.

Não existe em Angola um critério sério e rigoroso para a selecção dos representantes e agentes diplomáticos, vale muito mais a bajulação e a filiação partidária do que a competência do próprio cidadão, motivo pelo qual a diáspora angolana não se revejam nos Embaixadores que têm, e não confiam nem um pouco nas instituições diplomáticas do País.

O MIREX hoje está tipo um super mercado onde só entra quem foi convidado ou quem conhece algum vendedor lá dentro, o MIREX está perdido, ninguém consegue colocar ordem e ninguém tem projecto concreto para alavancar a nossa diplomacia, é mais que urgente que outros assumam o comando para posicionar como deve ser o nome de Angola na arena internacional, isso é possível se houver trabalho sério, é possível se o nosso governo promover jovens qualificados, dinâmicos e bem formados para funções de embaixadores, cônsules gerais, ministros conselheiros entre outras funções diplomáticas e consulares de grande relevância, só assim iremos dar passos significativos.

Os jovens precisam assumir o comando da Administração central do MIREX, os que estão aí e os que sempre estiveram aí (maior parte deles) estão viciados, têm compromissos e negócios entre eles, estão amarrados, por isso fica difícil fazerem reformas e mudanças pontuais, porque seriam descobertos/relevados as suas acções ilegais, anti-profissionais e “obscuras” dentro do próprio Ministério, por isso sai Ministro entra Ministro e nada muda porquê? Porque são todos funcionários do MIREX e eles conhecem-se bem, desse jeito apenas mudam de DJ mas a música e a dança é a mesma.

O MIREX precisa de um líder jovem e forte, um líder que não esteja ligado ao MIREX, ou seja um cidadão angolano independente altamente competente e qualificado nas questões político-diplomáticas para dar início à reformas e mudanças de 360° dentro do MIREX, das nossas Embaixadas e Consulados, alguém de acção em vez de teorias.

A Diáspora Angolana tem feito muito por Angola, na verdade são os angolanos independentes que muito fazem em prol do País em relação aos próprios Diplomatas. As nossas comunidades em toda parte do Mundo fazem tudo ao seu alcance para unir os angolanos e até as vezes procuram ajudar com certas coisas os angolanos que encontram-se dentro do País, mas os nossos diplomatas nada fazem, são desleixados e alheios aos problemas dos angolanos na Diáspora.

E como disse muito bem a Dra. Hilária Vianeke (Coordenadora Geral da AVD – Angola Voto Diáspora) precisamos de representantes que olhem para as comunidades angolanas, de diplomatas que sintam na pele a dor e as necessidades dos angolanos, no concreto ela dizia que, o Deputado que vier a ser eleito para representar a Diáspora Angolana tem que ser alguém comprometido com a causa isso é colocando em primeiro lugar os angolanos no estrangeiro só depois ele mesmo, e deve ser alguém que conheça bem a realidade da diáspora angolana e que tenha vivido também fora do País.

A AVD - Angola Voto Diáspora, é uma organização angolana com representações em muitos países do Mundo, como por exemplo: Espanha, UK (Reino Unido), Portugal, EUA, França, Bélgica, Congo, África do Sul, Namíbia, China, Suiça, entre vários outros países a nível internacional, e como já fiz menção a Dra. Hilária Vianeke é a Coordenadora Geral da AVD, o Porta-Voz desta mesma organização chama-se Alfa Kuabo, o Vice Porta-Voz é o Senhor Paulino Quifica, e tem também o Senhor Kissamá que é o responsável pela área da comissão de Marketing e Redacção da AVD.

O objectivo principal da AVD é garantir que todos os angolanos no exterior possam votar, mas para isso a referida organização pretende que haja controlo do número de residentes angolanos em cada País, havendo colaboração tanto das embaixadas, dos governos locais e das comunidades angolanas de modo que não haja irregularidades. E a AVD exige também que hajam comissões independentes para a contagem e controlo dos votos, e que todo o processo seja feito com total transparência e acompanhamento da AVD.

Quem por a caso queira fazer parte da AVD pode enviar uma mensagem no e-mail da organização: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e tereis as devidas informações para serem enquadrados. Tudo isso demonstra que existem inúmeros angolanos que preocupam-se com o País e tudo fazem para darem o seu contributo apesar das dificuldades e falta de meios.

Eu pessoalmente me preocupo muito com o bom andamento do MIREX, porque se o MIREX estivesse organizado e funzionasse bem, todo esse problema dos angolanos na Diáspora não seria colocado. Entre todos os angolanos a nível do Mundo quem o MIREX mais decepciona sou Eu, e o MIREX se parece muito com a minha Ex namorada que só sabia exigir de mim o tempo todo mas a sua parte Ela não conseguia fazer, assim é o MIREX não faz nada em prol dos angolanos mas quer o apoio dos angolanos no estrangeiro.

O grande fracasso dos Diplomatas angolanos é «fazer o que não entendem, é agir como se as Embaixadas e os Consulados fossem instituições partidárias, é a falta de conhecimento político-diplomática, é a ignorância massiva que carregam dentro e em volta das funções que exercem incorrectamente, é não agir em prol dos interesses das comunidades angolanas no lugar dos próprios interesses, o grande fracasso está em não darem lugares de comando do MIREX aos competentes e qualificados na matéria, e ainda insistem em manter os mesmos autores mesmo com tanta incompetência e maus resultados.

Estou muito longe diplomaticamente.

Eu e a Diplomacia a Diplomacia e Eu

Por Leonardo Quarenta – O Diplomata

Ph.D em Direito Constitucional e Internacional

Mestrado em Relações Internacionais e Diplomacia

Master em Direitos Humanos e Competências Internacionais

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