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Sexta, 08 Janeiro 2021 11:53

Obras do PIIM: A Manutenção preventiva é necessária

Dos 1 300 Projectos previstos no Plano integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) 81 Já estão concluídos, quer dizer que as mesmas estão nas diretrizes definidas no Escopo de Trabalho.

Se, outrora os debates a volta da qualidade foram sanados, por isso estas obras foram dadas como concluídas e aceites, temos obrigatoriamente que acender novo debate sobre a manutenção preventiva destas infraestruturas, um problema quase cultural.

A Manutenção das obras públicas em Angola tem sido discutida cada vez mais, uma vez que não existe programas municipais de manutenção preventiva para os vários activos existentes em cada circunscrição. Vemos obras, até aquelas superfacturadas que custaram carrada de dinheiro do cofre de estado a degradarem em muito pouco tempo abrindo vaga as vozes daqueles que sempre denunciaram a má qualidade das construções, face o pretérito da roubalheira desmedida já orquestradas.

Os conhecimentos académicos me remete aos meus manuscritos da cadeira de manutenção e conservação que tive na faculdade e me lembram o conceito de manutenção preventiva, como sendo aquela acção proactiva que mantem as infraestruturas em boas condições e reduz o tempo de indisponibilidade não programada e reparações frequentes, podendo ser sistemática e não sistemática. Neste logica, A Manutenção preventiva deveria ser obrigatória quando se fala de obras públicas e privadas, ou seja, um dever de todos os gestores públicos e não só, tendo como benefícios o aumento da longevidade dos activos.

A Qualidade não Basta Para durar!

Algumas individualidades políticas e não só colocaram algumas reticências na qualidade das obras do PIIM, entendem que a maioria dos projectos em curso são de “má qualidade”. Surgiu de forma sinusoidal nas actuações dos administradores nas vistas das obras, pedindo o rigor, serenidade e qualidade nas obras, o termo “Cumprimento dos prazos acordados”.

Fala se em aprovação prévia dos projectos, permanente fiscalização na fase de execução, factores que configuram a qualidade da obra, mas, esquece-se de que a Falta de manutenção preventiva pode comprometer obras de alta qualidade, e gerar grandes perdas financeiras, indisponibilidade de activos, entalando a vida útil dos mesmos.

Estudos sugerem que os empreendimentos podem poupar uma média de 12 a 18 por cento em custos, investindo em manutenção preventiva (PM). Instalações que dependem totalmente de manutenção reactiva podem economizar ainda mais. Em outras palavras, cada Kwanza gasto em manutenção preventiva economizará quase cinco “kwanzas” em despesas.

A Manutenção preventiva é necessária!

A Expressão “Manutenção Preventiva” parece não fazer parte do dicionário de muitos gestores públicos, por isso, muitas escolas se mostraram inaptos ao regresso as aulas nesta fase da pandemia do coronavírus. Falta de programas de manutenção preventiva, prática que prolonga a vida útil e mantém a infraestrutura no seu estado original, normal e funcional. Basta ver que nestas instituições não tem gestor de manutenção.

No âmbito Nacional são muitos os exemplos de obras construídas, que a durabilidade das mesmas deixou a desejar, só para citar a estrada nova do Palanca e do Cazenga que conservaram o nome de novo por mais tempo do que o período de vida útil delas, embora ainda na era do Banquete. Possivelmente o período de vida útil destas obras foi comprometida pela ausência de manutenção.

A falta de manutenção preventiva é um problema recorrente quando se fala de administração pública. Infelizmente, a contratação de serviços de manutenção correctiva e paliativos é a opção, que não é inteligente, compromete a eficácia das instalações e transfigura obras em desperdícios financeiros. Temos que ter a cultura de prever no orçamento os custos de manutenção e a indicação das medidas mínimas de inspeção e manutenção preventiva que deve iniciar ainda na fase do projecto evitando deste forma a deterioração precoce do meio edificado recorrendo à utilização de CMMS que significa (Computerized Maintenance Management System/Software) ou, em português, Sistema de Gestão de Manutenção Computadorizado para gerir as inspecções preventivas.

Portanto, Além de reduzir a vida útil do activo, a falta de definição de um programa de manutenção produz incalculáveis danos, materiais e financeiros, para os setores públicos e particular e para a própria comunidade. A adopção de políticas de manutenção, principalmente preventiva, concebe uma economia considerável com gastos correctivos que mostrar iam-se na circunstância de não haver os cuidados indispensáveis. Por este motivo, ela é necessária em todas as edificações não só as do PIIM deve ser uma cultura nacional se quisermos melhoria na gestão pública.
A Manutenção preventiva significa consertar pequenos problemas antes que se tornem grandes.

Por Van Raph

Engenheiro Mecânico

(Gestor de Facilities Management & Manutenção)

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