Sexta, 19 de Abril de 2024
Follow Us

Domingo, 19 Julho 2020 13:25

João Lourenço e as peças num tabuleiro que ele não movimenta

Não é xeque mate á vista? Se governar fosse como jogar xadrez João Lourenço já teria perdido o jogo faz tempo. Ainda assim, continuo com as minhas dúvidas que não venha acabar em cheque mate derrotado, mas provavelmente pelo seu MPLA do que por outro adversário qualquer.

Quem sabe jogar xadrez como eu, que me escangalhei de tanto jogar na cadeia perdendo algumas partidas e ganhando outras contra o Reginaldo Silva, Aragão, Fernando Sousa, Ambrósio Lemos, Carlos Macedo e outros tantos.

Mesmo sem ser um grandmaster como um Paul Morphy dos estados unidos 1837/1884, Wilhelm Steinitz o austríaco 1836/1900 Viswanathan Anand o indiano 1969, Alexandre Alekhine o russo 1892/ 1946, Mikhail Botvinnik o russo 1911 / 1995.

Ou um Anatoly Karpov o russo, Garry Kasparov também outro russo, dá logo conta que ele não se está movimentando como uma peça poderosa muito rápida que anda pelo tabuleiro todo.

Eu não estou aqui a pedir ao João Lourenço que ganhe o jogo em poucos lances, pois este tipo de vitórias só se consegue com adversários muito fracos. E ele não está a lidar-se com jogadores de xadrez, mas sim, com criminosos, tenho mesmo que considerar assim, pois todo corrupto para mim é um criminoso.

Ainda assim, nesta batalha me parece faltar alguma coisa por parte de João Lourenço. Que está lhe impedir usar o famoso cheque mate de mestre, ainda que ele seja apenas alguém que está em constante aprendizado para se tornar num líder eficaz, se assim se pode dizer.

João Lourenço tem medo, como tem qualquer um que tem cú, como se diz na gíria popular, mas o meu receio é que este medo se torne em doença para ele mesmo, com consequências dramáticas para o país e os angolanos.

E assim, em vez de governar, só fazer cagadas umas atrás das outras como já se está a ver com projetos que assina que não deveria, e deixa de assinar os que deveria. Um medo de liderar com eficácia por parte de João Lourenço que está relacionado com diversas outras inseguranças sendo que uma delas. O facto dele próprio ter consciência de que apesar de ele ser o presidente do MPLA, não é, nem de longe o homem mais forte dentro partido como parece às vistas de muita gente.

Eu tenho sérias dúvidas de que grande parte das nomeações sejam mesmo de sua livre iniciativa, conheço os grupos e grupinhos existentes dentro do MPLA, tão sólidos e fortificados faz tempo.

Há grupos até onde se um deles tiver um cargo de destaque os outros estão automaticamente também com garantias de poderem subir alguns patamares em fração de dias, semanas ou meses.

Está faltar ao João Lourenço aquela coragem especial de um leão, para influenciar e amedrontar ao mesmo tempo os outros bichos assumindo uma postura que impõe respeito.

Apenas deste modo é possível ele ter o controlo de todas as situações que envolvem o seu grupo onde cada um parecer já fazer o que quer e bem entende em quase tudo, os considerados senhores ordens superiores.

Como foi naquela maka dos restos mortais de Savimbi que andou jogado tipo uma bola de trapo por arrogância muscular de Pedro Sebastião que parecia queria fazer dos restos de Jonas um troféu.

Nota-se que a coisa não está nada fácil nem mesmo para João Lourenço como as vezes nos parece. Ele precisa ser ele mesmo, ter o controlo das suas emoções e sentimentos, especialmente o medo dos pesos pesados que me parecem terem mais força do que ele dentro do MPLA.

Repito, tudo que escrevo é de minha inteira responsabilidade e minha opinião pessoal simplesmente. O medo faz parte do ser humano e muitas vezes é fundamental para a vida, e se toda gente tem medo quem é João Lourenço para não ter?

O que muda é a intensidade desse sentimento, pois o medo exagerado de alguns musculosos que se consideram em donos do MPLA e que estão até mais tempo do que ele João Lourenço dentro do partido.

Se for exagerado pode até mesmo resultar em bloqueio e impedi-lo que tome decisões fundamentais para o bom andamento do país o que já é uma realidade que se nota com as trapalhadas que se tem cometido tipo sabotar-se á si próprio.

Por Fernando Vumby

Rate this item
(10 votes)