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Quinta, 09 Abril 2020 22:09

Coronavírus: Medicina convencional e medicina tradicional - Crenças e realidades

O coronavírus colocou em pânico o mundo todo, os governos internacionais e africanos correm atrás do tempo na procura de uma vacina ou cura do covid-19, até aqui essa pandemia já matou milhares de pessoas em todo o Mundo, pra não falarmos do Sida (HIV)  considerada a doença do século é praticamente a mãe de todas as doenças porque até hoje nenhum País ou Estado veio a público dizer que existe uma cura.

Existem dois tipos de medicina: medicina convencional e medicina tradicional ou natural, essas duas medicinas são fundamentais em qualquer sociedade. A África não precisa depender 100% dos europeus e dos americanos quando se trata de descobertas ou cura dessa ou daquela doença, epidemia ou pandemia, os poucos africanos altamente qualificados e competentes que temos, se fossem bem aproveitados e financiados poderiam também fazer grandes progressos e descobertas.

Há dois anos atrás apareceu na TV um angolano de nome João José que diz ter curado pacientes com HIV-Sida. João José é um médico ervanário, ou seja é alguém que cura as pessoas através da medicina natural, ele faz o uso de plantas específicas em base a doença do paciente. Ele alega conseguir tratar o câncer, diabete, hepatite e o Sida, ele diz ter provas de pessoas que já foram curadas por ele, muitos pensam que ele é louco ou alguém que só quer aparecer, mas seria bom dá-lo o benefício da dúvida.

O Ministério da Saúde ou mesmo o governo angolano deveriam chamá-lo e deixá-lo pôr em prática as suas habilidades de médico ervanário ou tradicional, o governo pegaria duas ou três pessoas com HIV e deixariam ele tratar essas pessoas, no fim todos saberiam o resultado, porque a “prática é o critério da verdade”, quem sabe ele esteja dizendo a verdade? Somente a prática provaria isso, então dêem-lhe uma oportunidade.

Normalmente é assim, quando um branco consegue a cura de algo todos dizem que é um cientista, que é um grande pesquisador e estudioso, mas quando um negro ou africano descobre ou diz ter a cura de algo, pensam logo que é louco ou feiticeiro.

Por causa desta triste mentalidade e outras complexidades é que faz com a África não vá distante, é preciso acreditar que o africano ou que um angolano se for bem aproveitado pode descobrir e dar soluções à coisas raras deixando o mundo admirado. Quando chegarmos a ter a mentalidade de darmos oportunidades e de colocarmos o africano em primeiro lugar em tudo, então a África estará pronta para competir de igual para igual com o ocidente.

Para além de João José (médico que diz curar o Sida), recentemente apareceu um outro médico alegando ter a cura do coronavírus, o administrador do Sambizanga Tomás Bica chamou-lhe de charlatão, em vez de ignorá-lo e de chamá-lo de charlatão porquê não levá-lo num dos hospitais ou centros sanitários onde foram diagnosticados doentes com o covid-19? Tudo é uma questão de prova, coloquem ele perante os doentes e deixem ele tratar os pacientes em base a sua receita de cura, no fim os enfermeiros e os médicos que estarão a supervisioná-lo dirão se funciona ou não aquilo que ele dizia ser a cura do coronavírus.

O Ministério da Saúde juntamente com Administração pública deveriam avaliar os métodos de cura de João José, sobretudo a cura sobre o HIV-Sida, se for possível um financiamento que assim seja, o País não perderia nada em investir em algo importante.

Não devemos esperar que tudo venha da Europa ou da América, nós também podemos dar o primeiro passo, a solução do impossível as vezes está bem a nossa frente, mas se continuarmos a desvalorizar em tudo os nossos próprios quadros ou cidadãos, o País nunca dará passos importantes. Dêem uma oportunidade ao médico João José.

No campo da cura, das doenças, epidemias ou pandemias, o governo deveria avançar com pesquisas autónomas, os poucos bons quadros e especialistas que o País tem, deveriam ser recrutados e com grandes financiamentos por parte do Estado, esses poderiam fazer pesquisas, isso pode parecer um sonho, mas toda a grande descoberta começa de alguma coisa. O importante é curar, não importa se a cura de uma determina doença ou pandemia está na medicina convencional ou na medicina natural, o que conta aqui é a cura.

Valha a pena tentar do que não tentar, a prática é o critério da verdade. Chamem o médico que diz ter a cura do coronavírus, levem-no ao hospital e deixem-no com os doentes, se ele conseguir curá-los é o País que sairá a ganhar, apenas tentem.

Angola é um grande País, esse País poderá vir a ser um dia o motor de todo o Continente africano, no dia em que a Administração do Estado estiver nas mãos de pessoas competentes. O País precisa apostar muito nos cursos técnicos (enginharia): química, medicina, informática, aeronaútica, física, electrotecnia, arquitectura, agronomia, electrónica etc. A China fez isso, investiu fortemente nos seus cidadãos.

Poucas décadas atrás enviaram mais de 10 mil chineses pra estudarem, vejam agora o que a China se tornou? Hoje a China é uma super potência económica, tecnológica e militar, porque apostaram seriamente na formação, e com muito rigor, supervisão e exigência, hoje é um País autónomo e autossuficiente, tem os seus próprios cientistas e investigadores, nós também podemos atingir esse nível se houver seriedade e vontade política nos projectos do Estado.

O governo deveria aprovar o uso da medicina natural/tradicional para o trattamento do coronavírus, o mesmo poderiam fazer no tratamento do Sida, a natureza tem muita força, a natureza guarda muitos mistérios, a cura as vezes está bem à nossa frente basta apenas que estejamos um pouco mais atentos, chamem o Senhor João José ele diz que consegue curar o HIV. Segundo testemunhas ele é um bom médico ervanário.

O mesmo tem sugerido também o uso da planta (folhas) do eucalipto no combate do covid-19, então porquê não tentar fazer o uso da medicina natural? O Zimbabwe aprovou o uso da medicina tradicional no combate do coronavírus, nós deveríamos fazer o mesmo, chamando os médicos já conhecidos publicamente, João José estaria disposto a colaborar com o Ministério da Saúde caso o chamassem e lhe dessem uma oportunidade, o governo deveria olhar também pra ele e apostar também na medicina natural. Ele e tantos outros enquanto cidadãos angolanos, estariam dispostos a ajudar e a dar o seu contributo ao País.

Por Leonardo Quarenta

Doutorando em Direito Constitucional e Internacional

Mestrado em Relações Internacionais e Diplomacia

Mestrado em Direito Constitucional Comparado

Master em Direito Administrativo

Master em Direitos Humanos e Competências Internacionais

Master em Jurista Internacional de Empresas

Master em Management das Empresas Sociais

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