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Sábado, 01 Fevereiro 2020 01:29

Ex - ministra da acção social e família (Victória da Conceição) morta, mas sepultada em segredo

Desde um suicídio esquisito, de que não se sabe se tenha sido suicídio ou homicídio qualificado, que terá acontecido ao 2 de Janeiro de 2019, após a exoneração da ex – Ministra da Acção Social às eventuais mentiras sobre sua estadia, tudo, mas tudo permanece numa montanha de falácias sem razão e sem algum acordo lógico.

 Sabe – se que, após o incidente mortal, a ex-ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Victória Francisco Correia da Conceição, foi socorrida na clínica Girassol em Luanda, desde ali, seguiram – se notícias sinuosas e falsas sobre a sua existência.

Para homens versados em mentira, a ex – Ministra está exilada, num estado crítico na África do Sul. Uma mentira sem nexo, nem lógica alguma. Para os versados em mentira, quando a ex - ministra estava hospitalizada na clínica Girassol nos cuidados intensivos, foi no calar da noite sem o consentimento do corpo médico que estava sob sua custódia que, um bando de indivíduos não identificados, dotados de força, passaram todas as barreiras hospitalares, e sequestraram a ex - ministra para a evacuar às zero horas para a África do Sul.

Analisemos o seguinte, se de facto estivesse viva, porque razão teria de ser sequestrada por indivíduos armados e completamente anónimos? Sem conhecimento de ninguém que esteja na girassol, tendo sitiado a clínica como se o local fosse um covil de bandidos? Porque razão teria tal acontecido? Necessita – se esconder um vivo à ser transferido para fora do País com fins de melhores seguimentos? As mentiras descabidas jamais serão tidas como verdades. Por mais que se escondam verdades sobre certas circunstâncias, o tempo se encarregará em expô – las ao olho do mundo inteiro.

A filosofia já falou demais sobre a verdade. Para Richard Rorty antiga hegemonia de um tipo específico de filosofia analítica nos departamentos de filosofia nos Estados Unidos, às vezes pouco preocupada com questões práticas de acção política democrática, foi talvez o que mais motivou Rorty, nos últimos quarenta anos, a criar o lema "antes esperança do que conhecimento".

Penso que ele assim fez mais para fustigar aqueles filósofos que, preocupados demais com questões restritas, haviam - se esquecido de que John Dewey e Bertrand Russell foram não só bons filósofos técnicos mas, antes de tudo, polémicos sociais em favor de causas democráticas visando o futuro.

A morte da ex – Ministra é uma daquelas polémicas de Russell, onde o Estado nega – se apresentar a verdade, embora o público procura encontrá – la. Na verdade, essa “Guerra entre marimbondos” não apresentará nenhuma forma de resolução dos problemas que assolam a maioria do povo angolano, o povo está a sofrer mais hoje que na era colonial, está a sofrer mais hoje que na época de guerra.

A morte da ex – ministra escondida num segredo político, visa afastar qualquer descontentamento social sobre a actual conjuntura política angolana, sou seja, para que o povo não venha dizer, “olha já começaram a se matar, vamos enterrá – la em segredo, e mentir que está viva até elas esquecerem – se de tudo o que se passa sobre essa senhora.

É a dita filosofia da mentira, que visa enganar os menos atentos para aumentar a credibilidade política do actual Governo. Uma filosofia da mentira é algo necessário para qualquer para a política. Sabe-se que a mentira foi duramente condenada pelo filósofo Immanuel Kant no século 18. Para ele, se ninguém mentisse, o mundo seria mais ético e mais “transparente”. Se vivesse hoje, acreditaria, provavelmente, na gestão ética dos indivíduos através de uma espécie de sistema universal de compliance.

Contra essa ideia de um mundo perfeito da transparência, o russo Dostoiévski, no século 19, ao visitar feiras de ciência da Europa ocidental, já percebia a morte da privacidade pelas mãos de um “palácio de cristal” onde a vida seria um facto “claro e distinto”. A mentira continua sendo uma das formas mais relevantes de se fazer política em Angola, vejam as promessas sobre os 500 mil empregos, perguntai – vos onde andam os 500 mil empregos? A promessa sobre a melhoria da qualidade de vida do povo angolano? Perguntais – vos onde anda a melhoria da qualidade de vida do povo angolano?

Deve – se parar de pôr em "JES" o juízo do fracasso vivido em Angola, JES foi a solução de diversos problemas no passado quando se entregou à sério, deu o peito as balas quando a desintegração causada pela guerra era inegável, seu nome tem um lugar precioso na história nacional e africana. O Excelentíssimo Senhor ex – Presidente "JES" faz parte de uma história e de uma vida do País, pode ter os seus erros, como se diz: “ninguém é inocente”, porém, teve o seu lado "bom".

Excelência, faça o que a nação espera, cumpra a sua trajectória com brio e zelo, deixe um legado ao País, pois que, 5 (cinco) anos, pode até parecer ser muita coisa, mas 5 (cinco) anos, lhe passarão feitos 5 (cinco) dias, e teremos Angola pior ainda: "saúde sem saúde," "educação sem educação” "qualidade de vida sem qualidade”, “vidas sem vidas”, "emprego inexistente e conseguido apenas com gasosa", "custo de vida excessivamente caro", "situação de saúde pública e de saneamento ambiental precária”, “hospitais transformados em autênticos centros de concentração de doentes abandonados”, “rede viária sinistra,” “valas de drenagem fechadas e inundadas por lixo,” “bairros transformados em palácio de delinquentes.”

“Transportes públicos péssimos, e escassos,” “iluminação ambiental e abastecimento de água potável inexistente,” “bairros tornados em autênticos quartéis de marginais,” por falta de emprego para os jovens, são grandes os problemas sociais, alimentares e ambientais, que os assolam, eles não roubam por vício, eles roubam porque nada têm para comer ou para viver, numa Angola, que até por sinal é a mais rica de África Austral, onde um presidente paga por hora 70 mil dólares para se deslocar de avião, ao passo que os seus filhos já se tornaram mendigos, e miseráveis há muito.

Que Deus ilumine o povo angolano!

João Hungulo: Mestre em filosofia & pesquisador.

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