Durante este tempo, muitos dos recém ingressados, foram criando grupos de apoio entre si, grupos de bajulação, de intrigas, isolando os militantes que desde sempre deram o melhor de si para o Partido, num verdadeiro espírito de Cavalo de Tróia.
Com isso, criou-se a imagem perfeita do inimigo interno,
Trouxeram a imagem de que ataques a oposição não é política e que o combate político deixou de ter sentido, mas fomentam dentro do Partido a degradação da imagem dos dirigentes, com a desculpa de novo paradigma.
Elevam o erro cometido colegialmente pelo Partido e seus dirigentes, atacando um grupo e deixando a conveniência, atacam os militantes com uma visão diferente, fazendo crer que pensar diferente é sinónimo de inimigo do Partido.
Sem desprimor as questões sensíveis a Reconciliação Nacional, a juventude tem o direito de conhecer os caminhos percorridos para o alcance da Paz, seus verdadeiros actores, quer do lado negro quer da defesa da soberania. A juventude tem o direito de saber que, a dado momento, existiu em Angola, grupos de detractores que, como terroristas atacaram o Poder e a Soberania do Estado angolano, e que o MPLA, NUNCA lutou contra o povo, mas sim ao lado do povo.
Perdemos o foco da construção de lideranças forte e de consenso nas bases, quando são injectados constantemente dirigentes fora do consenso geral, que na sua maioria mais não fazem senão fragilizar o Partido.
É urgente o renascer do activista e do activismo nas bases para a solidificação do Partido trazendo consigo o verdadeiro reconhecimento do militante de carreira, cuja a base o elege pelos seus feitos nas comunidades, não só em período eleitoral, mas, garantirmos que a avaliação seja constantes e democraticamente reconhecida por sufrágio.
O nepotismo começa, quando os dirigentes, até em actos de confraternização priorizam seus filhos, quando o militante de base, que anda de sol a sol a apoiar o Partido, nem nestes momentos são tidos ou achados.
Começa, quando o militante de base é carregado em caminhão basculante, e o filho do dirigente nem na actividade aparece, mas lhe-é reservado o melhor lugar, como se de militantes especiais se tratasse.
Devemos ter coragem para admitir que, a política de saída de militantes da oposição, não tem reflectido nos resultados eleitorais, onde perdemos a cada eleição aproximadamente 10% desde 2008 à 2017, aproximando a oposição a resultados de empate. Tecnicamente a oposição agiganta-se a cada momento, retirando o MPLA do seu território/conforto político avantajado, para uma posição que inspira cuidados e alertas adicionais.
Precisamos dar ao militante o conforto político a que merece, fazer de cada território geopolítico o local de acção de cada militante nele inserido.
O "Time" de reacção a correcção do que está mal e a melhoria do que está bem, aperta-se, e as comunidades esperam que seus bons políticos sejam os bons governantes, e sabemos que hoje, as reacções com base nas condições sociais são hoje mais negativas do que positivas, pois esperam da governação o cumprimento das promessas eleitorais e não ver tais promessas como mero marketing político.
Precisamos sair da reflexão para a acção, para reconquistar o lugar que sempre defendemos ao lado do povo.
Caímos hoje no medo de reflectirmos abertamente as questões que nos inquietam...
Por António João Mambuenze