“A queda do preço do petróleo, essencialmente em resultado do arrefecimento económico mundial, faz prever para Angola uma redução das reservas internacionais líquidas”, que terá como consequências a subida da taxa de câmbio e um elevado risco de aumento da taxa de inflação, “culminando com um incontornável aumento do nível de endividamento público”, revelou uma análise divulgada hoje no ‘site’ da CMC.
A CMC, que discutiu recentemente o impacto económico do novo coronavírus, sublinhou que “o facto de regiões inteiras estarem de quarentena por causa do Covid-19 está a abalar fortemente a economia chinesa” e afeta fornecedores dentro e fora da China, país que é o epicentro da epidemia que atinge atualmente cerca de uma centena de países.
O organismo angolano responsável pela supervisão dos mercados estima que o atual cenário provoque não só uma redução na produção, mas também no consumo mundial de bens e serviços diversos.
“A generalização do pânico devido ao medo de contágio, está também a afetar fortemente o turismo mundial e a arrefecer a economia como um todo, com impactos negativos no preço do petróleo”, acrescentou.
A China é o maior exportador mundial de bens e serviços (2,18 biliões de euros), tem o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB) mundial e é o segundo maior consumidor de combustível, com 13% a 15% da quota mundial, equivalentes a cerca de 14 milhões de barris por dia.
É também o principal parceiro comercial de Angola, com as vendas da China a Angola a representarem 13,3% das importações totais, enquanto as vendas de petróleo angolano ao gigante asiático valem quase 70% do total.
O primeiro caso do Covid-19 foi relatado em 31 de dezembro de 2019, na China, sendo Wuhan o grande epicentro desta pandemia. “A cidade com 10 milhões de habitantes é um importante centro económico, comercial, financeiro, tecnológico e educacional que conta com a presença de mais de 500 empresas estrangeiras entre as quais 54 japonesas, 44 americanas e 40 europeias”, destacou a CMC.
Desde que a epidemia de Covid-19 começou, foram registados 110.564 casos de infeção em cerca de 100 países e territórios e já morreram mais de 3.800 pessoas.
Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 366 mortos e mais de 7.300 contaminados pelo novo coronavírus.
Portugal regista 30 casos confirmados de infeção, segundo o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde, divulgado no domingo.