Sem avançar formalmente com a candidatura, Nimi-a-Simbi, que falava aos jornalistas na cerimónia de cumprimentos de fim de ano do partido da oposição angolana, realizada hoje em Luanda, disse que o congresso do partido deverá realizar-se em setembro ou outubro de 2026 e que a recandidatura vai depender "do trabalho que consiga fazer" e do seu estado de saúde.
Questionado sobre a recente retirada de confiança política de alguns dirigentes, por alegada violação dos estatutos, Nimi-a-Simbi afirmou que a sociedade é "democrática", sublinhando que "há muitos militantes que apoiam efetivamente esta direção".
O presidente da FNLA desvalorizou uma outra reunião do partido, também realizada hoje por um grupo de dirigentes, qualificando-a como um ato de âmbito provincial, reafirmando que a FNLA continua unida, apesar de "dificuldades normais, sobretudo no que toca à falta de recursos financeiros".
"Nós temos ouvido dizer isso sempre. Não é fácil gerir a FNLA nestas condições", declarou, reconhecendo os desafios que a direção enfrenta.
Sobre o facto de a FNLA estar relegada para segundo plano no panorama político angolano, Simbi admitiu estar "muito preocupado".
"É por isso que eu disse que nós vamos ao congresso, para tentar dirimir a diferença que existe. Porque isso não depende só do presidente, depende também de cada um dos membros da FNLA. Se há pessoas que não querem uma certa paz no seio do partido, o que é que tu podes fazer?", questionou, negando ser um empecilho para o funcionamento da formação política.
O responsável apontou também o percurso recente da FNLA, que “há 23 anos não tinha uma única direção ou um único comité central", destacando o esforço efetivo para unir e fazer funcionar a FNLA" e que não é só este partido que tem problemas.
"Porque eu tenho o espelho da política angolana na Assembleia Nacional. Não é só a FNLA que tem problemas", afirmou, referindo-se às dificuldades enfrentadas por outras formações políticas no atual contexto político, com eleições marcadas para 2027.

