Segundo o director que falava no IV Encontro Anual da CMC, apesar do sistema financeiro preocupante, existe ainda uma grande margem de eficiência, tanto ao nível financeiro como ao sistema económico, que é essencialmente a exploração desta margem de eficiência que deve ser o foco, enquanto país e regulador de mercados de capitais nos próximos meses.
No contexto externo, segundo o gestor, em 2014 o preço do petróleo no mercado mundial tem caído, em consequência do aumento de stock do produto no mundo. “Os principais indicadores do stock do petróleo são as reservas americanas”.
Sem avançar as quantidades, o Emílio Londa disse que quanto ao stock da reserva de petróleo nos Estados Unidos da América, desde o ano 2000, tem aumentado significativamente, atingindo recorde e, para além do petróleo bruto, conta também com grandes quantidades de gasolina, gasóleo e outros derivados.
Salientou que a nível da OCDE, o stock total de petróleo é de 2.9 mil milhões de barris, com 63 dias de autonomia, ou seja, “todos os países da OCDE, se pararem de importarem petróleo, têm 63 dias de autonomia na sua produção”.
“Quando olhamos para a história petrolífera mundial, verificamos que a Arábia Saudita tem tido papel de ajustamento, ou seja, sempre que o preço do petróleo cai de forma significativa, ajusta-se a produção no sentido de manter o preço aos níveis desejado do ponto de vista dos países produtores do petróleo (OPP). Desde o ano de 2014, a Arábia Saudita deixou de exercer o papel de regulador do preço de petróleo”, disse.
Sublinhou que desde o ano de 2014 que o preço do petróleo tem estado a baixar e, pela primeira vez, a produção da Arábia Saudita regista uma subida, esta mudança fez com que o mercado esteja inundado de petróleo, para além da subida da produção americana, desde 2011.
Para o conhecedor da matéria, de 2011 a 2015, a produção do petróleo dos Estados Unidos da América aumentou em cerca de 4 milhões de barris de petróleo por dia, mais do que o dobro da capacidade produtiva de Angola.
No que diz respeito as perspectivas para 2016, o responsável disse que depois da Arábia Saudita dotar estratégia de baixar o preço do petróleo, o quadro começa a mudar.
Avançou que a maior parte das agências internacionais de petróleo prevê que em 2017 a produção americana venha a reduzir, “citando como fonte da informação a agência internacional de energia.
Segundo o responsável, a incapacidade da economia mundial decrescer tem a ver com o excesso de oferta de poupança a nível das grandes economias mundiais, como Estados Unidos da América, alguns países da Europa e Japão.
ANGOP
