Domingo, 28 de Dezembro de 2025
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Domingo, 28 Dezembro 2025 21:18

Meu nome, meu partido e minha(s) luta(s)

O que deixo aqui escrito, hoje, e mais dirigido à juventude angolana, interessada em aprofundar-se sobre alguns factos do passado, vem a propósito dos interessantes e desconcertantes comentários feitos a uma foto em que me encontro ao lado do jovem e popular político da UNITA, deputado Nelito Ekuikui.

Entre muitos, aqueles que pretenderam dizer o meu nome completo, houve uma disputa enorme, no que praticamente ninguém acertou: eu me chamo Marcolino José Carlos Moco (com C e não K, como o meu homónimo monte Moko; muito menos com Ç, que já me deu muitas dores de cabeça, nas pautas de notas do Liceu Norton de Matos do Huambo, no período colonial, nos meus estudos secundários).

Mas o mais feio, no entanto perfeitamente compreensível, para mim (até porque tenho teorizado sobre isso), é o facto de elementos, aparentemente, fanatizados dos dois nossos grandes partidos, aparecerem com comentários extremados como, de uns: “ele foi sempre nosso”; e de outros: “ele foi sempre kwacha”. 

Esclarecimento: de 1974 a 2009, eu fui um fervoroso militante do MPLA, não obstante ser natural do Huambo, que durante tempo considerável, funcionou como o maior bastião da UNITA. De 2009 para cá, eu declarei-me independente (sem militância partidária) por me ter incompatibilizado, particularmente, com a aprovação da actual Constituição de 2010, promovida na última da hora de forma cavilosa, contra os limites matérias da Lei Constitucional que vigorava desde 1992.

Os que confundem, mentalmente, o partido governante com as empresas do Estado ou com as medalhas distribuídas pelo PR, acharam que cometi o pecado do regresso ao MPLA, em 2018, quando às instâncias do Presidente JLO, aceitei ser administrador não executivo da Sonangol ou quando, em 2025, aceitei ser medalhado por serviços prestados ao país, em que ocupei funções relevantes a nível interno e internacional, sem que isso me inibisse de continuar a formular críticas que tenho dirigido a um regime que se auto bloqueou e bloqueou o país, na sua possibilidade de evoluir para o melhor.

Qual é aminha luta actual, que certamente será a última depois de tantas lutas? Que estar ao lado do Ekuikui, do Justino ou do Mário Pinto de Andrade, não signifique negar ou reafirmar qualquer coisa estranha, que não seja a nossa angolanidade, até antes mesmo, a nossa humanidade; que partidos políticos não sejam nossas pátrias; que seja Angola a nossa grande, variada e diversificada Pátria!

Marcolino Moco

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