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Sábado, 26 Setembro 2015 13:41

Falta de dólares. Cesta básica à beira da ruptura

O presidente do conselho de administração do entreposto aduaneiro não descarta a possibilidade de ruptura dos produtos da cesta básica no país, caso se mantenham as dificuldades de cambiais que actualmente se registam.

De acordo com Joffre Van-Dúnem Júnior, integrante de uma delegação do Ministério do Comércio que foi a Suíça falar com alguns exportadores, se não forem tomadas medidas nos próximos tempos, a falta dos produtos que compõem a cesta básica poderá ser uma realidade.

"Se não forem tomadas medidas adequadas, e isso requer fundamentalmente jogar em função do tempo que nos resta, para permitir que as mercadorias possam chegar a tempo e em quantidade e qualidade para abastecer a população, poderemos vir a correr algum risco de ruptura", disse o responsável máximo do entreposto aduaneiro.

Embora reconheça esta a possibilidade, Joffre Van-Dúnem Júnior garante que, para já, a cesta básica está garantida. "De momento não estamos ainda a correr o risco de ruptura. Mas o Governo e todos em conjunto, estamos a trabalhar para que isso não venha a acontecer", explicou. Quem não partilha desta confiança são os importadores que garantem existir já falta de determinados produtos devido à demora no pagamento de mercadorias ao exterior, que no ano passado era feita em 82 e hoje é em mais de 128 dias.

Segundo alguns importadores, embora o Ministério do Comércio esteja a agilizar o licenciamento de facturas para a importação destes produtos, a situação tarda a melhorar e tende a agravar-se, sobretudo nesta época final do ano quando o consumo aumenta. "Alguns produtos vão faltando no mercado. Basta andarmos em alguns híper e supermercados para constatarmos esta realidade. Continuamos a ter dificuldades para importar e pagar as nossas mercadorias. Em outros anos, a esta altura já tínhamos quase tudo resolvido para as importações até ao final do ano", disse um director comercial de uma rede de supermercados.

A agravar a situação está a desvalorização da moeda nacional face ao dólar, que este ano já vale menos 37% em relação ao ano passado. "Não é segredo para ninguém que o dólar está mais alto. E como consequência deste aumento, os produtos ficaram também mais caros porque os importadores gastam mais. E quem paga esta factura é o consumidor final", disse o nosso interlocutor.

NJ

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