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Sexta, 11 Setembro 2015 15:19

Goldman Sachs prevê o barril do petróleo a 20 dólares em 2016

A companhia de investimentos Goldman Sachs avisou hoje que o preço do petróleo poderá cair até $20 o barril, algo que a ocorrer poderá ter efeitos devastadores para a economia angolana.

Numa nota de imprensa  a companhia afirma que tem que haver ainda mais reduções dos actuais preços para que haja um corte de produção mas acrescenta que há crescente incerteza sobre esse mecanismo o que poderá levar a reduções abruptas até 20 dólares o barril.

Avisa no entanto também que isso a ocorrer não ser um preço base. Para o próximo ano a companhia prevê um preço do petróleo a rondar os 45 dólares o barril.

O aviso da Goldman Sachs surge numa altura em que as receitas do estado angolano parece estarem a começar a recuperar do impacto da queda do preço do petróleo

Dados do governo angolano revelam que as receitas do estado angolano atingiram em Junh0 cerca de 1.580 milhões de dólares o que é um aumento de  mais de 200% em relação ao mês anterior embora seja uma  redução de 65% face ao mesmo mês do ano anterior .

As despesas do estado angolano têm também o mesmo padrão atingindo 2.370 milhões de dólares, o que é um aumento de 50% em relação ao mês anterior mas mesmo assim uma queda de 48% face ao mesmo mês do ano anterior.

"O mercado do petróleo tem ainda um maior excesso de oferta do que tínhamos antecipado e estimamos agora que este excesso vai persistir em 2016", considera Damien Courvalin, autor da nota do Goldman Sachs.

AIE: Abastecimento fora da OPEP vai cair

A Agência Internacional de Energia (AIE) estima que o abastecimento de petróleo fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) vai cair o máximo em mais de duas décadas em 2016, segundo a agência Bloomberg. A AIE acredita que a produção fora da OPEP vai cair em torno de 500 mil barris por dia para 57,7 milhões em 2016.

Ainda que a procura por combustíveis em 2015 vá ser a mais forte desde 2010, os inventários de petróleo, que estão em níveis recorde, só vão começar a diminuir a partir do segundo semestre de 2016. O levantamento das sanções ao Irão, que reavivará as exportações petrolíferas do país, pode aumentar ainda mais a oferta.

Rússia não ajudará OPEP a diminuir produção

A Rússia não terá interesse em reduzir a sua produção de petróleo pois, as experiências do passado mostram que a OPEP, quando os preços caem, corta a produção sempre primeiro. Nordine Ait-Laoussine, presidente da Nalcosa e antigo ministro da Energia da Argélia, explica que "a Rússia e a OPEP já falaram sobre cooperar para cortarem a produção de petróleo muitas vezes no passado mas os resultados foram sempre desapontantes". 

"A Rússia assume que, quando os preços caem os países da OPEP estão numa posição mais frágil e serão, provavelmente, os primeiros a cortar a sua produção e foi isso que sempre fizeram", acrescentou, citado pela Bloomberg.

Para Moscovo, é importante que os preços voltem a subir. As exportações energéticas representam mais de 60% do global das vendas ao exterior e a economia russa está a entrar em recessão devido, em particular, precisamente à queda dos preços do petróleo – um comportamento que já se verifica há meses.

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