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Domingo, 03 Mai 2015 23:47

75 seguidores da seita Kalupeteka foram detidos

A Procuradoria Geral da República está a instruir os processos crime contra José Julino Kalupeteka e contra mais sete dezenas e meia de seguidores. Há ainda colaboradores próximos do “profeta do século XXI” a monte, um deles é Justino Chipando, amigo do líder e secretário-geral do movimento religioso.

Dos setenta e cinco detidos, número avançado por uma fonte de OPAÍS, trinta e quatro teriam sido ouvidos pelo Procurador-Geral da República no Huambo, até Terça-feira, 28, segundo a mesma fonte.

Entre os detidos estão evangelizadores e crentes que tiveram participação na morte dos nove efectivos da Polícia Nacional no dia 16 de Abril, no monte Sumi, no município da caála. A Polícia Nacional, no entanto, não se pronuncia sobre o número de detidos neste momento. Segundo o seu porta-voz no Huambo, Martinho Cavita, “os detidos foram entregues a Procuradoria, o procurador pode ter mandado soltar alguns deles. Como eram muitos, neste momento não consigo precisar quantos estão ainda detidos, a quantos foi dada ordem de prisão e quantos foram mandados embora”.

De entre os fugitivos, o mais procurado é Justino Chipango, sobre a qual q Procuradoria-Geral da República mandou publicar na comunicação social um mandado de captura. Justino Chipango é o homem citado pelos fiéis como aquele que no monte Sumi também tomava a palavra nas pregações de José Kalupeteka.

E é também o homem que recorrentemente aparece ao lado do profeta no material audiovisual de propagação da fé produzido pela JKK produções, a produtora da igreja.

Crentes crêem que ‘nuvem divina’ matou polícias

A editoria em português da rádio Voz da América divulgou entretanto, esta semana, uma entrevista, ao telefone, com alguém que se identifica como sendo Justino Chipango, o secretário de Kalupeteka.

Na entrevista, Chipango, que se diz escondido nas matas, afirma que Kalupeteka está ferido, em consequência torturas e foi evacuado para Luanda. Afirma também que ao acampamento chegaram cinco polícias e que foram os fieis que defenderam o seu profeta, destemidos. Já que gozavam de protecção divina, como lhes dizia Kalupeteka, que os mandava enfrentar as autoridades.

Um outro fiel, cujo nome a rádio não cita, diz que a morte dos polícias foi causada por uma nuvem vinda do céu. “É um fenómeno que não sei explicar”. Mais adiante, diz que Kalupeteka já os havia avisado da tentativa de o matarem, que apanhou quatro tiros na testa e mesmo assim sobreviveu, não lhe tendo acontecido nada.

Nem Chipango nem o outro crente arriscam em avançar qualquer número de civis mortos, embora ambos se digam com medo de se apresentarem às autoridades.

A teoria da nuvem salvadora que impediu os polícias de agir está a correr no planalto central, difundida por membros da Igreja Cristã do 7º Dia A Luz do Mundo, entretanto já interdita pelas autoridades.

O PAÍS

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