Em causa está um reforço da parceria estratégia entre o executivo comunitário e a instituição financeira internacional de empréstimos aos países em desenvolvimento para “impulsionar uma nova geração de projetos de conectividade”, indica Bruxelas em comunicado.
Segundo a instituição, foram selecionados “18 investimentos de elevado impacto em três setores estratégicos - energia, transportes e infraestruturas digitais - em África, Ásia e Pacífico, América Latina e Caraíbas”, nos quais se encontra o Corredor do Lobito, de acordo com a lista a que a agência Lusa teve acesso.
Esta é uma das principais iniciativas de integração económica e logística em África, ligando o porto do Lobito, em Angola, às regiões mineiras da República Democrática do Congo e da Zâmbia, através de uma linha ferroviária estratégica.
Este corredor visa facilitar o escoamento de minerais críticos, como o cobre e o cobalto, essenciais para a transição energética global, reduzindo custos e tempos de transporte, mas além do impacto económico promove emprego local, infraestruturas sustentáveis e cooperação regional, razão pela qual foi incluído nesta iniciativa da União Europeia (UE) com o Grupo Banco Mundial para impulsionar o desenvolvimento e a conectividade no continente africano.
Fontes europeias ouvidas pela agência Lusa explicaram que, até ao momento, a iniciativa Equipa Europa da UE já mobilizou mais de 500 milhões de euros em subvenções em vários projetos nos três países do Corredor do Lobito, Angola, Zâmbia e República Democrática do Congo.
Este montante inclui apoios à componente ferroviária para o estudo de viabilidade, à integração económica, ao desenvolvimento sustentável e à produção de bens agrícolas e industriais, além da questão dos minerais críticos.
Este é então um dos projetos apoiados, aos quais se juntam outros em África como o de melhoria da mobilidade urbana no Ruanda, uma iniciativa do Corno de África centrada no corredor económico regional de Djibuti e a reabilitação da linha ferroviária Abidjan–Ouagadougou.
No que toca à energia, será apoiado um projeto de armazenamento hidroelétrico de Mpatamanga, o corredor de transmissão da Mauritânia, o interconector Zâmbia–Tanzânia, o interconector Uganda–Tanzânia e o projeto Hidroelétrico Regional Ruzizi 3.
Quanto à conectividade digital, é abrangida a extensão do Corredor Digital UE–África–Índia e o Cabo EurAfrica Gateway. Acrescem outros projetos na Ásia e Pacífico (como a hidroelétrica de Kambarata-1, a central Hidroelétrica de Rogun e o corredor de Transporte Transcáspio) e na América Latina e Caraíbas.
“A colaboração, que incluirá encontros regulares de alto nível e atualizações sobre os progressos alcançados, foi concebida para garantir que os projetos avancem não apenas da fase de planeamento para o financiamento, mas também do financiamento para a criação de emprego, serviços e resultados concretos”, indica a Comissão Europeia em comunicado.
O anúncio foi feito à margem do Fórum Global Gateway, que decorre até sexta-feira em Bruxelas.
A UE e o Banco Mundial são parceiros há vários anos e, apesar de Bruxelas não ser acionista do Grupo Banco Mundial, contribui através de fundos fiduciários e fundos intermediários.
No atual período financeiro plurianual, de 2021 a 2024, a UE já contribuiu com três mil milhões de euros. A cooperação centra-se atualmente em três setores prioritários, sendo eles o da energia, minerais críticos e corredores de transporte e conectividade.
Estima-se que, até 2050, quase 80% da população mundial viva em países atualmente considerados economias em desenvolvimento.