Os sindicatos acusam ainda as autorarides de ameaças dos órgãos de repressão em Angola.
As centrais sindicais dos trabalhadores condenam a atitude que consideram abusiva dos agentes da polícia nacional na primeira fase da greve geral que está ser apelidada como sendo uma luta pelo resgate da dignidade social dos trabalhadores angolanos.
Vários órgãos de comunicação social relatam o estado de prevenção da policia nacional, com homens e meios nas capitais provinciais para além da presença considerável de forças de baixa visibilidade.
Os sindicatos planeiam prosseguir a greve de forma interpolada até ao próximo dia 14 de Junho, caso as negociações com o governo angolano não resultem em consensos que satisfaçam as partes.
De acordo com as centrais sindicais, um dos objectivos da greve geral, tem que ver com a revisão salarial de toda função pública na ordem dos 250% de modo a corresponder ao custo de vida, tendo em consideração a inflação acumulada. Um outro objectivo está relacionado com a actualização do salário mínimo nacional na ordem dos 245 mil kwanzas, o equivalente a 300 dólares americanos.
No entanto, o governo angolano considera sonhadora a proposta das centrais sindicais, embora já tenha reduzido esse valor para os 100 mil kwanzas, na sequência dos encontros já realizados e sem uma previsão para próximas negociações.
A greve convocada pelas centrais sindicais, é motivo de conversas que dominam os bastidores um pouco por todo o país. Nas redes sociais, cada internauta procura marcar a sua posição em defesa da sua condição social. Muitos angolanos questionam o descuido do governo com os sinais de riqueza que ostentam os seus membros.
As enormes delegações oficiais e seus gastos milionários, carros luxuosos para os governantes e deputados, numa altura em que os níveis de pobreza não param de aumentar entre a maioria da população, são outros pontos mencionados pelos grevistas e por cidadãos nas redes sociais.
O presidente do sindicato nacional dos médicos de Angola denuncia a ocorrência de muita pressão contra os trabalhadores. Adriano Manuel fala igualmente da precária situação de sobrevivência que marca a vida dos angolanos.
Para falar sobre o assunto, ouvimos o presidente do sindicato nacional dos médicos de Angola, Adriano Manuel, o diretor nacional do emprego, António Estote e o economista Carlos Rosado de Carvalho. VOA