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Quinta, 25 Setembro 2014 09:44

Menino de sete anos viu o tio violar e matar a mãe

Cerca de 60 pessoas compareceram na quarta-feira ao funeral de Margareth Caetano, de 32 anos, encontrada morta em casa, no domingo, depois de ter sido violada pelo irmão, João Caetano, de 22 anos. À Polícia, o jovem confessou ter matado e abusado sexualmente da irmã, indiferente à presença do sobrinho e filho da vítima, de apenas sete anos, que pelo trauma tornou-se a principal preocupação da família.

Eva Caetano, irmã da vítima e do agressor, revela que a tragédia já se vinha desenhando há meses, pelas ameaças de morte que João fazia a Margareth, sempre que a mesma o aconselhava a deixar o crime.

“Ele tirou a vida à própria mãe, deixou o sobrinho órfão, tirou a nossa alegria, a minha vida”, chorava Eva de 24 anos, agarrada ao caixão da irmã. “Sempre que o Joãozinho fazia alguma coisa errada, a Margareth é que o acolhia, não sei porque é que ele fez isso. Todos os dias, as pessoas falavam a toda a hora que o caminho que ele escolheu não era bom. Ele matou a minha irmã”, clamava a jovem inconsolável.

O corpo de Margareth Caetano tinha sinais de estrangulamento e ferimentos no pescoço, cabeça e braços.

“Não sei onde é que estava com a cabeça, não sei explicar o que aconteceu, a única coisa que sei é que a violei e depois a matei”, disse João Caetano à imprensa.

Questionado sobre se a irmã reagiu enquanto abusava dela, o jovem respondeu que não. “Eu estava bêbado e ela também. Fiz tudo sem ela reagir, matei-a porque fiquei com medo do que iria acontecer quando ela descobrisse que a violei. Também estava sob o efeito de drogas, porque no meu estado normal nunca a iria matar, porque ela era minha mãe”, respondeu.

De acordo com os parentes, depois de violar e matar a irmã, João ainda teve sangue frio para informar a família do falecimento de Margareth.

“Ele saiu do bairro do Marçal até ao bairro da Cuca para dizer à outra irmã que Margareth morreu, mas não explicou como. Foi então que nos dirigimos ao Marçal. Quando chegámos, encontrámos o corpo estendido na pequena varanda com muito sangue no chão”, contou a irmã.

Um amigo do acusado, identificado por Papy, relatou ao Novo Jornal, que no sábado, por volta das 23 horas, ainda foi à casa de João, na expectativa de passar lá a noite.

“Quando me veio atender já estava nu, disse-me que não podia passar a noite na casa dele porque estava com uma dama. Fora de mim pensar que a tal dama a que ele se referia era a própria irmã”, desabafou o amigo e acrescentou que foi ele quem levou a Polícia de Investigação Criminal ao local onde o amigo estava escondido.

João Caetano já teve várias passagens pela Polícia. A primeira vez em que foi detido tinha apenas 16 anos.

Foi preso por violação e ficou preso na comarca de Luanda, durante três anos. Das outras vezes, permaneceu apenas nas esquadras e foi detido por uso de drogas e roubo.

Outros familiares contactados pelo NJ disseram que, desde o dia em que o filho de Margareth viu a mãe ser morta pelo próprio tio, deixou de ser a mesma criança. “Ele já não brinca. Come apenas um pouco e deixa a comida. Nos últimos dias, prefere ficar sozinho do que brincar com as outras crianças e estamos preocupados com tudo isso. Ele precisa de acompanhamento psicó-logo, mas nós não temos condições para arranjar um especialista”, lamentou um familiar.

Novo Jornal

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